Documentário Armanda conta história
da ”Montessori brasileira”

O ano é 1921, a personagem: uma mulher educadora muito a frente de seu tempo, Armanda Álvaro Alberto, filha do médico-sanitarista Álvaro Alberto e membro da elite carioca intelectual da época que escolheu a periferia para viver. A história da ”Montessori brasileira”, como foi carinhosamente reconhecida, e fundadora da União Feminina do Brasil uniu a produtora Dunas Filmes e a professora Liliane Leroux, que coordena o Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas (NuVISU) da UERJ, em alguns encontros que geraram o documentário. O pré-lançamento acontece durante a 3ª edição do Festival Mate Com Angu de Cinema Popular, hoje, às 20h. O evento é aberto ao público, na Lira de Ouro, que fica na Rua José Veríssimo n° 72, no Centro de Caxias.

”Armanda” traz à tona um pouco mais sobre uma das precursoras do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, proposta de renovar a escola tradicional e a aplicação da verdadeira função social da escola. O documento é a favor dos direitos dos cidadãos brasileiros levantando pontos essenciais como educação pública, escola única, a laicidade, gratuidade e obrigatoriedade da educação. Criou em Duque de Caxias a Escola Proletária de Meriti que, posteriormente, se transformou na Escola Regional de Meriti, para atender uma comunidade rural carente e constantemente às margens de qualquer política pública de educação ou saúde.
Influenciada pelas ideias de Maria Montessori, onde a criança é o centro do método e o professor tem o papel de acompanhador do processo de aprendizado – guia, aconselha, mas não dita e nem impõe o que vai ser aprendido pela criança – faz história não apenas criando o primeiro colégio a servir refeição para os alunos no Brasil, mas também, transformando o ambiente escolar em um laboratório educacional. Os estudantes passaram a ficar na escola em horário integral, a participar do cultivo de hortas e até mesmo da criação de pequenos animais. Presa política no governo de Vargas, dividiu ainda a famosa ‘cela 4’ com Nise da Silveira e Olga Benário cuja filha, Anita Leocádia Prestes, marca presença no filme falando um pouco sobre a relação de Armanda com sua mãe e as demais companheiras na prisão. Ana Chrystina Mignot e outros importantes pesquisadores da área também dão seus depoimentos no média-metragem.
Personagem criou a escola “Mate com Angu”
Ao todo a produção contou com um ano de pesquisa e outros quatro para finalização, que teve início em 2013. As filmagens aconteceram de 2014 a 2015 e em 2016 a equipe se dedicou à edição. Para o diretor, Rodrigo Dutra, é importante não perder o elo de ligação da história dela com a que se mistura com a própria história da cidade. A personagem foi responsável pela escola que ficou conhecida como ”Mate com Angu”, termo anteriormente atribuído pejorativamente aos próprios alunos retratando todo o preconceito e hostilidade com as camadas mais populares da sociedade já naquela época. ”Hoje a escola é considerada um dos símbolos mais importantes de resistência e memória cultural da cidade, prova viva disso é que o velho apelido da escola batiza um dos mais conhecidos grupos culturais da Baixada Fluminense, o Cineclube Mate com Angu, que reúne cineastas e produtores culturais da região passando a ressignificar o termo antes hostil para, agora, sinal de orgulho do próprio lugar”, conclui o cineasta, que dirigiu o filme com Liliane Leroux e Flávio Machado. Atualmente o colégio se chama Escola Municipal Doutor Álvaro Alberto, em homenagem ao pai da educadora.
Preservação do patrimônio e memória da cidade
Desde 2012 há um embate a respeito da construção do shopping Central Park, no centro de Duque de Caxias, bem ao lado da escola. Por um lado empresários e setores interessados na viabilização do empreendimento alegam que não há riscos para a estrutura do colégio ou mesmo impedimentos legais e, do outro, instituições e grande parte da sociedade civil que, além de não concordarem com a obra, confirmaram rachaduras nos muros e na quadra da Escola Municipal Álvaro Alberto após o corte de mais de 160 árvores centenárias no entorno do terreno – com risco de demolição. O Ministério Público estadual propôs uma ação civil pública à Justiça e, temporariamente, estão suspensas as obras do empreendimento desde a última gestão da Prefeitura. No entanto, com a nova administração municipal, a ideia da retomada do polêmico projeto está sendo novamente levada em consideração.
Shopping Grande Rio inaugura ‘Maridoteca’

Para as pessoas que curtem passear com seus parceiros, o Shopping Grande Rio criou um espaço que todos vão amar: a ‘Maridoteca’. Nela, os clientes podem sentar em um confortável sofá, assistir TV, navegar pela internet, além de jogar baralho e dominó, tudo isso de graça. Acompanhando as opções de entretenimento, o local dispõe de serviços de bar com venda de cervejas e refrigerantes.
O espaço também pode ser frequentado por todos, naquele momento de relaxar e bater um bom papo a dois ou com amigos. A ‘Maridoteca’ foi toda decorada em estilo retrô, de forma agradável e confortável, para receber os clientes no intervalo das compras, ou no descanso do almoço ou jantar.
O nome do espaço é uma brincadeira com o antigo estigma de que homem não vai às compras. Independente de gênero, o local foi criado para receber aquele casal, em que um dos dois não ama fazer compras, mas está ali apenas para acompanhar o seu parceiro ou parceira.
A gerente de Marketing do empreendimento, Tatiana Mancebo, comemora o sucesso da ação, que já teve boa aceitação desde a inauguração. Além de um centro de compras, o Shopping é um ambiente de entretenimento e experiências, e este espaço foi criado para isso. O nome ‘Maridoteca’ é uma alusão à percepção do imaginário coletivo, mas isso não impede que todos os gêneros usufruam do espaço, diz a executiva.
A ‘Maridoteca’ funciona de quarta a segunda, das 14h às 22h, em um espaço próximo ao corredor da moda.
O Shopping Grande Rio fica na Rua Maria Soares Sendas 111, em São João de Meriti.