Literatura: ‘A serenidade do zero’ busca o silêncio em meio ao caos urbano

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O novo livro da escritora carioca Alexandra Vieira de Almeida, intitulado ‘A serenidade do zero’, o quinto de poesia, procura o silêncio em meio à agitação do mundo contemporâneo. Tendo como principais influências a poesia sobre o nada, de Manoel de Barros, e a meditação oriental, a autora costura uma poética, que, paradoxalmente pela própria palavra procura atingir um estágio de esvaziamento que traduz o sentido indizível da poesia. Com 39 poemas, o livro ressignifica o zero, dando-lhe um sentido original, como comenta o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e crítico literário Marcos Pasche, no prefácio do livro.

Vários nomes são homenageados em sua obra, como os poetas Rimbaud, o heterônimo Alberto Caeiro e os escritores amigos, como Olga Savary e Astrid Cabral. No poema “Silêncio”, dedicado à Olga Savary, a poeta diz: “O vazio funda minha sede/Ser sedenta de silêncios acende/Uma chama invisível”. Como se o silêncio fosse o fogo, o dom de criar, fazendo da poesia algo que antecede a palavra. Na moldura em branco do escritor ou na página em branco do poeta, um universo de possibilidades eclode, dando à poesia o sentido do mistério da palavra que revela o que está oculto, no ínfimo da semente que vai germinar num mosaico múltiplo de sentidos.

A autora carioca é Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É professora da Secretaria do Estado de Educação e tutora de ensino superior a distância na UFF. Diferentemente dos seus livros de poesia anteriores, o novo livro da poeta é mais consciente e está mais próximo da nossa realidade, tendo um teor mais cotidiano, fazendo a ponte entre o voo e o pouso, como disse o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ensaísta Igor Fagundes. A obra está mais translúcida, como a memória das águas. Seus livros anteriores são mais oníricos, ligados a um grau maior de hermetismo e ao inconsciente, tendo como pilares o surrealismo e a poética de Murilo Mendes. O livro “A serenidade do zero” foi editado numa edição primorosa pela editora Penalux, em capa dura, com tons suaves, dando o sentido da delicadeza do silêncio. Vale a pena conferir estas páginas que nos levam ao canto lúcido do silêncio em meio ao caos urbano.

 

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