A elevada carga tributária, os encargos com mão de obra, custo dos aluguéis, burocracia , dificuldade de acesso ao crédito são alguns dos entraves que impactam diretamente a atividade comercial. apontados no estudo “Os gargalos do comércio”, produzido pelo Clube de Diretores do Rio de Janeiro – CDLRio e pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro – SindilojasRio.
O trabalho busca não apenas evidenciar os obstáculos que travam o desenvolvimento do setor, mas também fomentar a reflexão e o debate sobre políticas públicas e ações empresariais que contribuam para a redução desses gargalos e o fortalecimento do comércio formal e produtivo.
Para Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, o ambiente de negócio pecisa melhorar e se aperfeiçoar. “O comerciante enfrenta inúmeras barreiras, circunstâncias que somente podem ser superadas pela resiliência em procurar manter o estabelecimento. O estudo mostra como é difícil empresariar num país caracterizado por enormes discrepâncias regionais, concentração de renda e da distribuição populacional, com forte presença da participação do Estado no regramento e na cobrança fiscal, entre outros pontos adversos”, diz Aldo.
O estudo, elaborado pelo assessor econômico do CDLRio e do SindilojasRio, Antonio Everton, objetiva trazer à discussão os enfrentamentos do setor comercial dada à sua importância de constituir a ligação entre os setores produtivos da agropecuária e indústria e o consumo final. “Nessa intermediação, em 2024, o comércio foi responsável por aproximadamente 10,4% do PIB, gerando o valor montante de R$ 1,219 trilhão para a formação do produto final”, diz Everton.
O trabalho cita também a substituição tributária como uma particularidade do ICMS que se soma as já complexo processo de recolhimento dos impostos. De acordo com o estudo a substituição tributária sobrecarrega o capital de giro e desequilibra o fluxo e caixa, dificultando a gestão operacional do negócio, que deve desaparecer à medida que a reforma tributária se efetivar.
Além de apontar os gargalos, o trabalho também recomenda ações para que os diversos segmentos comerciais tenham condições de superar as barreiras. Dentre as sugestões, algumas merecem destaque como buscar ajuda especializada de consultoria, assessoria, órgãos de classe, entidades representativas e de apoio, procurar associar-se em cooperativas e aprimorar técnicas de planejamento.