
Foto: CBF
A sede da CBF, no Rio de Janeiro, na terça (25) e quarta-feira (26), recebeu familiares, amigos e fãs de Carlos Alberto Torres. O corpo do eterno capitão da Seleção Brasileira foi velado no auditório da entidade, e diversos representantes do futebol estiveram presentes para prestar a última homenagem ao campeão mundial.
Ex-jogadores, treinadores, dirigentes de futebol estiveram na sede para poder se despedir do ídolo e amigo Carlos Alberto Torres. Os ex-jogadores Brito, Bebeto, Petkovic, Maurinho, Leandro Ávila, Roberto Dinamite, Edu, Gonçalves, Ricardo Rocha, Mauro Galvão e Cafu foram alguns dos nomes que deixaram seu último adeus ao Capita. Brito, companheiro da conquista do Tri, muito emocionado, relembrou do convívio durante a Copa do México, em 1970:
“Infelizmente é uma perda muito grande, não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro. Se tratando de uma pessoa que disputou uma Copa do Mundo pelo nosso país. Carlinhos era uma pessoa muito tranquila, aceitava opiniões. Ele era o capitão, mas conversava com todo mundo, nós eramos soldados e ele se igualava como a gente e não como capitão”, lembrou.
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também prestou a última homenagem ao capitão e à sua família. “É uma grande perda, não só pela sua trajetória como capitão da Seleção, que por si só justificaria todas as homenagens, mas pela generosidade com que vinha nos auxiliando no desenvolvimento de projetos para o futebol brasileiro. Um jogador decidido e coerente com suas convicções, uma liderança inteligente e sempre colaborativa. Seu nome estará gravado para sempre entre as maiores personalidades do esporte nacional”.
Edinho foi companheiro do Capita em 76 e 77, na Máquina Tricolor, como era conhecido o time do Fluminense na época. “Lembro de muitas histórias. Ele sempre foi meu ídolo como jogador, como pessoa. Tive a grande oportunidade de jogar com o Carlos Alberto em 76, na Máquina Tricolor, eu moleque, e ele já veterano. Aprendi muito. Perdemos um parceiraço, capitão, um ser humano sensacional. Ficam agora as recordações”.
Gonçalves, que também é ídolo do Botafogo, como Carlos Alberto foi, esteve na sede da CBF para homenagear e dar apoio à família do campeão.
“É um momento de muita tristeza, perda irreparável. O Carlos Alberto foi uma referência não só para nós brasileiros, mas para todo amante de futebol no mundo, tudo que ele representou pela Seleção Brasileira, os clubes que ele atuou como atleta, como treinador. Infelizmente ele nos deixou, mas vamos guardar todo o ensinamento dele, a convivência que tivemos com ele com muito carinho”.
Carlos Alberto Torres trabalhou como técnico e o volante Leandro Ávila teve a chance de ser treinado pelo capitão do tricampeonato mundial: “Eu só trago coisas boas. Tive o prazer de trabalhar com ele no Flamengo, ele foi meu treinador. Passou muita coisa boa para a gente. Como jogador não tive o privilégio de ver jogar, porque eu era muito novo, mas foi um dos melhores. Eu não podia deixar de vir aqui e dar um abraço no Alexandre Torres, nós jogamos juntos. Vai deixar muita saudade e deixou muitos ensinamentos.
Tite, Rubens Lopes, Dinamite e Cafu elogiaram o atleta e homem
O atual comandante da Seleção Brasileira, Tite, teve a oportunidade de cruzar o Capita pelos corredores da sede da CBF em diversos momentos e também prestou sua homenagem no velório. “Minha solidariedade à família de um símbolo da história do futebol e da Seleção. Triste pela notícia, mas com a certeza de que sua história será eterna”, afirmou o comandante.
O presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, era amigo de Carlos Alberto Torres, que nasceu na Cidade Maravilhosa.
“Ele é um ícone do futebol brasileiro e mundial. É um atleta que até hoje o mundo reverencia apesar de ter parado de jogar há muito tempo. Especificamente era meu amigo de verdade e não tenho nada a dizer, apenas a sentir. Uma perda lamentável”.
Cafu, capitão do pentacampeonato mundial, repetiu, em 2002, o gesto eternizado por Carlos Alberto: o de beijar a taça antes de erguê-la. O ex-jogador, que esteve na sede da CBF ontem, contou da relação com o capitão do Tri. “O capita era como nós o chamávamos. A maneira como ele revolucionou o futebol, como ele jogava e se empenhava dentro de campo, acho que isso vai ficar marcado para o resto da vida. Acho que é justo estar aqui hoje e prestar essa simples homenagem a quem foi um dos nossos maiores ídolos. É um privilégio fazer o mesmo gesto e o mesmo movimento que o Carlos Alberto fez em 1970. Claro que conversamos sobre isso, sempre surgia a maneira com que ele levantava a taça, e eu levantava. Sempre comparávamos, era sempre muito bacana.
Dinamite, ídolo do Vasco, também esteve presente no velório de um dos maiores laterais-direito do mundo: “Ele foi uma referência de atleta, de homem e como capitão por onde passou e princialmente dentro de uma Seleção que só tinha craques, jogadores com nome e perfil de grande liderança, mas ele sempre foi esse capitão. Fica para todos nós a lembrança não só do capitão, mas também do homem que foi excepcional, por onde passou. Foi cedo, mas cumpriu uma etapa aqui na terra”.
Técnico Zé Ricardo e Mauro Galvão também homenagearam
O técnico do Flamengo, Zé Ricardo, foi um dos atuais treinadores que esteve na sede da entidade para um último adeus. “Carlos Alberto Torres personificou o título de capitão. É uma perda muito grande. Fez parte de uma das equipes mais talentosas que o mundo já viu, a geração de 1970. Ele entra para a história como um dos maiores”, destacou o comandante rubro-negro.
O ex-zagueiro da Seleção, que disputou a Copa de 1990, Mauro Galvão, falou sobre o legado que o capitão deixa para todos do mundo do futebol. “Vai fazer muita falta pro futebol. Falar dele como jogador é até desnecessário. Um cara que foi campeão pelos clubes que passou, campeão pela Seleção, jogou fora do país. Acho que ele honrou muito a carreira do jogador de futebol. Acho que ele deixa uma grande lição e acho que é uma pessoa que serve de exemplo para todos”.
Desde o início do ano, quando aceitou o convite para integrar o Comitê de Reformas, o capita era figura frequente na sede da entidade. Sempre sorrindo, com análises e comentários relevantes em todas as reuniões, e, claro, aquela boa resenha nos intervalos e nos almoços.
Jogador de futebol, técnico, dirigente, comentarista esportivo e, recentemente, membro do Comitê de Reformas da CBF. Carlos Alberto Torres não poupava esforços para o desenvolvimento e a melhoria do futebol brasileiro.