Janio Moraes fala sobre o tri e desafios futuros

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Momento alegria - Presidente laranja levanta o troféu da conquista e acesso à elite do futebol do Rio Foto: Bernardo Gleizer/Divulgação
Momento alegria – Presidente laranja levanta o troféu da conquista e acesso à elite do futebol do Rio
Foto: Bernardo Gleizer/Divulgação

Um clube não pode fugir de suas responsabilidades. Após cinco anos na Primeira Divisão, o Nova Iguaçu acabou rebaixado no ano passado e disputou esta temporada na Segundona Carioca. Trabalhou, montou um time competitivo e conseguiu o objetivo: ser tricampeão da competição e retornar à divisão principal em 2017.
Nesta entrevista especial publicada pelo site do clube, na manhã de ontem, o presidente Janio Moraes fala sobre a importância dos laços com o torcedor iguaçuano e da Baixada Fluminense, as dificuldades que encontrou este ano por ter disputado a Série B, a política de aproveitar os talentos revelados pelo clube no time principal e o planejamento para a próxima temporada. Vale a pena conferir.

>> Depois de um rebaixamento sofrido no ano passado o Nova Iguaçu deu a volta por cima e conquistou o acesso sendo tricampeão da Série B. Com que moral o clube sai desta temporada?

>> Jânio Moraes – Saímos bem da competição, campeões, confirmando nossa ida para a Série A. Descemos ano passado, subimos esse ano. Atingimos todas as nossas perspectivas. Dos 28 jogadores, 19 foram feitos em casa. Isso vem de encontro com a filosofia que o clube trabalha desde que foi fundado, em 1990. Estamos muito felizes, porque com 70% do elenco feito em casa conseguimos o título e subimos com convencimento.

>> Ainda mais com as dificuldades que a Série B coloca como a falta de exposição, de verbas…

>> JM – Foi uma vitória bastante contundente, saímos de uma situação ruim e que nos causou um prejuízo enorme. Às vezes, o torcedor vê que estamos liberando alguns jogadores para os clubes grandes, mas estas liberações são de meninos de 15 a 18 anos. O Nova Iguaçu não ganha nada com isso, só projeta um futuro promissor para o clube. Isso se faz necessário. Quando descemos, tivemos um prejuízo de quase 70% do nosso orçamento anual. Temos que ter outra fonte futura para que possamos equilibrar as finanças do clube. Temos um custo muito alto. Nosso patrocínio atinge apenas 18% do nosso custo operacional anual, e precisamos buscar outras fontes. Hoje temos 13 jogadores em clubes grandes, mas eles ainda não geraram recursos, é uma perspectiva para o futuro. Não podemos impedir também a saída dos garotos que acreditam no projeto, não vamos segurar jogador. É saudável para o clube, para o jogador, cria uma autoestima enorme. Vamos caminhando, captando recursos externos para investir no próprio projeto. Tudo que ganhamos até hoje foi investido no Centro de Treinamento, é só vir visitar o nosso CT para comprovar. Dois mil e dezesseis foi o ano em que mais colocamos jogadores na vitrine.
>> O Nova Iguaçu conquistou os dois títulos deste ano, a Taça Santos Dumont (nome dado ao primeiro turno) e o tricampeonato da Série B, em casa, no Estádio Laranjão, diante do seu torcedor. Isso deixa um gosto especial?

>> JM – Isso é especial. Temos que ir tirando as dúvidas dos torcedores, temos que mostrar a nossa dedicação e o amor ao clube. É dessa maneira que vamos conquistar os torcedores. Não existe outra maneira se não passar para ele o
Por que deele estar torcendo pelo clube. Ele precisa sentir firmeza, sentir entusiasmo em torcer. Procuramos sempre passar a seriedade do projeto. Por isso que estou dando essa satisfação sobre o Nova Iguaçu ter liberado esses garotos para os grandes clubes. É visando captar recursos para investir cada vez mais na estrutura, no estádio, em boas equipes, em permanecer na Primeira Divisão… Não se pode montar um bom time sem dinheiro. Tem que contratar jogadores que se identifiquem com nossas cores também. É muito importante essa união do clube com os torcedores. Precisamos muito do apoio deles, que comprem a camisa oficial do Nova Iguaçu, divulguem a agremiação… É assim que se cresce. Nossas redes sociais têm alcançado muita gente e tem sido motivo de muita satisfação para todos nós. Às vezes tem alguma crítica, outro dia um torcedor colocou lá que o Nova Iguaçu só quer ganhar dinheiro. Não, não é isso. Precisamos investir. O Nova Iguaçu não é patrocinado por prefeitura, não tem sócio-torcedor ainda. Quando o estádio tiver uma estrutura melhor, com uma cobertura, refletores, aí sim podemos partir para o sócio-torcedor, para que ele tenha um conforto maior. A única
contrapartida que eu peço é que continuem torcendo, que confiem, comprem os nossos produtos oficiais. Assim estarão ajudando o clube. Vamos fazer de tudo para não decepcioná-los. Essa parceria é fundamental, nós temos consciência do que estamos fazendo. Se não tiver competência, honestidade e uma visão futurista, não há progresso. Precisamos realmente do torcedor, ele é fundamental para nós, até como uma motivação, incentivo para continuarmos o nosso trabalho. Quero aproveitar a oportunidade e agradecer aos torcedores. No último jogo estava chovendo, uma sexta-feira à tarde, frio, e mesmo assim o Laranjão lotou, e compartilhamos o tri com todos. Isso só nos fortalece e motiva para cada vez mais trabalhar e ser um orgulho para a Baixada Fluminense.

>> O senhor falou sobre a quantidade de jogadores revelados em casa no elenco que foi campeão. Por ser um clube reconhecidamente formador (foi o primeiro do Rio de Janeiro a receber o Certificado de Clube Formador da CBF, em 2013), o fato de o gol do título ter sido marcado pelo atacante Marlon, que está no projeto desde os 11 anos de idade, acaba sendo um símbolo dessa política?

>> JM – O time titular do Nova Iguaçu tinha o Yan ou o Vinicius Matheus na lateral, com 21 anos; o Lucas, mesma idade; o Marlon, também com 21; e o Wescley, 22 anos. São jogadores que começaram aqui com 8, 9, 10 anos de idade. É claro que é um motivo de felicidade. Três deles jogaram ano passado, pegaram uma experiência, jogaram este ano, foram campeões e ano que vem estarão mais experientes. Não podemos abrir mão desse trabalho. Estamos com dificuldade de contratar jogadores experientes por causa dos valores. Não adianta prometer e não pagar; a maioria dos clubes estão com dois, três meses de salários atrasados. Aqui nós pagamos em dia e vamos sempre bater nessa tecla.
>> E em relação ao ano que vem? O planejamento já começou? Muito se fala que os clubes que subiram precisariam disputar uma espécie de seletiva para depois serem incorporados ao Estadual com os chamados quatro grandes.

>> JM – Ainda estamos aguardando uma definição do Conselho Arbitral. Ainda está meio confuso, nós entendemos que o Nova Iguaçu buscou e fez um esforço para subir e ser campeão dentro daquilo que pensamos do regulamento: do acesso dos dois primeiros da Série B e o descenso dos dois últimos da Série A. Até agora, é muito boato sobre se vai ter ou não seletiva. Nosso pensamento é disputar a Primeira Divisão, conseguimos isso dentro de campo. Vamos aguardar a reunião do Conselho Arbitral para que confirmem o que nós estamos pensando. Estamos muito otimistas, já estamos trabalhando para reforçar o time. Já conseguimos algumas coisas, em breve vamos divulgar. Vamos manter o comandante da comissão técnica, a ele cabe a formação da comissão, vamos ouvir, e pretendemos formar um time à altura do que nós pensamos. Nossa confiança no técnico Edson Souza é muito grande, por ser um profissional muito dedicado, de um nível altíssimo de honestidade, e trabalhador. Ele encaixa muito bem na filosofia do Nova Iguaçu. Até janeiro, temos que trabalhar muito, estamos intensamente voltados para montar uma equipe à altura de permanecer na Primeira Divisão e buscar outros sonhos, principalmente a Série D do Campeonato Brasileiro.

 

(Texto: Bernardo Gleizer/Assessoria de Imprensa/NIFC. Edição: Jota Carvalho).

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