
Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG
O técnico Marcelo Oliveira não é mais treinador do Atlético-MG. A derrota para o Grêmio, na noite de quarta-feira, por 3 a 1, no Mineirão, na primeira partida das finais da Copa do Brasil, foi a gota d’água para o clube definir o futuro do treinador.
O trabalho do técnico vinha desagradando a diretoria atleticana há algum tempo. Embora tenha levado o time as finais da Copa do Brasil e está em quarto no Campeonato Brasileiro, o futebol apresentado é pior do que o esperado, sobretudo por conta do bom e caro elenco montado pelo Atlético. Pela insatisfação, existia a expectativa de Marcelo não seguir a frente do Galo mesmo com o título da competição.
Com o Galo, Marcelo participou de 41 jogos, mas não conseguiu dar padrão de jogo ao Atlético e aproveitar as peças – problemas parecidos ao que viveu no Palmeiras em 2015, quando foi campeão da Copa do Brasil. Em Belo Horizonte, porém, o comandante passou por problemas graves de contusões ou jogadores convocados para as seleções. Em algumas partidas perdeu mais de um time sendo vários titulares.
Em despedida, técnico fala em “surpresa” na demissão
Em sua entrevista coletiva de despedida, Marcelo Oliveira admitiu surpresa ao ter sido demitido, no início da tarde de ontem, após reunião com o presidente Daniel Nepomuceno. O treinador deixou o clube após jogos ruins, mas a gota d’água foi a derrota para o Grêmio. Segundo o ex-comandante do Galo, ainda existe uma chance na competição, motivo pelo qual não consegue entender a queda.
“Fui chamado para uma reunião hoje, me surpreendi com o final desta reunião.
Me surpreendi porque temos um jogo ainda, possibilidade de ser campeão da Copa do Brasil, embora as dificuldades sejam grandes. Mas tenho consciência que o jogo ontem (quarta-feira), foi frustrante pelo que fizemos. Gerou insatisfação de todos, comissão técnica, jogadores e principalmente jogadores”, avaliou.
Marcelo deixa o Galo após 42 jogos, com 18 vitórias, 14 empates e 10 derrotas. Neles, no entanto, a equipe alvinegra apresentou futebol questionável.
“Foram seis meses de convivência, queria dizer que surpreende também um técnico sair na condição de disputar a final da Copa do Brasil e estar classificado na Libertadores. Voltei ao Atlético para ampliar a minha história no clube, conquistar títulos. Não somos infalíveis, pode ser que tomei decisões que não deram certo, mas não somos incompetentes, porque trabalhamos com entrega. Só não foi melhor porque é futebol, é jogo, pecamos por detalhes em alguns momentos”, acrescentou.
Por fim, Marcelo reclamou do grupo atleticano e reconheceu que o time tem problemas que precisam ser observados para o futuro atleticano. “Acho que o elenco do Atlético é comprometido, é bom, mas é desequilibrado. Isso vai ser cuidado pelo pessoal do Atlético. A comissão tentou fazer o melhor trabalho, quero deixar os agradecimentos ao presidente Daniel, acompanhando quase todos os treinos, preleções, vive intensamente o Atlético e desejo muita sorte. Estou acostumado a esta rotina do técnico no futebol brasileiro. Sei que não encontramos o padrão ideal do time. Mas não poderemos questionar a minha lealdade, a minha identidade”, finalizou.