No Vasco, Herrera avisa: “a bola vai entrar”

No empate por 0 a 0 contra o Joinville, no último domingo, no Maracanã, o atacante argentino Herrera desperdiçou mais uma chance clara de gol e saiu de campo vaiado pela torcida. Assim como aconteceu diante do Palmeiras, o jogador teve tudo para balançar as redes, mas não aproveitou. Herrera minimizou as reclamações dos vascaínos e garantiu que a bola vai começar a entrar. “A bola veio e tentei colocar do lado do goleiro, ele caiu e pegou. Coisa que acontece. Daqui a pouco a bola vai entrar. Não é a primeira vez que acontece. Vamos continuar trabalhando não só para fazer o gol, mas para tentar tirar o Vasco dessa situação. Está incomodando muito. Eu estou começando a pegar ritmo. Estou voltando de muito tempo sem jogar, mas aqui no Brasil é assim”, disse.
Herrera citou um gol perdido por Robert Lewandowski, atacante polonês do Bayern de Munique, para exemplificar sua tese de que é natural os jogadores de ataque desperdiçarem oportunidades. “O atacante do Bayern também perdeu um gol incrível debaixo do gol. Isso é algo que acontece com atacante. O cara está no Bayern, é um grande jogador, e pode acontecer com qualquer um. O negócio é não desanimar, pensar na frente. Vou continuar trabalhando para o grupo. Sempre pensei dessa maneira, sempre fui um lutador para o meu time e vou continuar fazendo. O time vem na frente do pessoal”, afirmou.
O atleta terá a possibilidade de se redimir com a torcida cruzmaltina diante do Santos, nesta quarta-feira, às 21h, na Vila Belmiro. O Vasco precisa da vitória para sair da situação incômoda em que se encontra no Campeonato Brasileiro. Com 13 pontos, o time ocupa a 19ª colocação.

Celso Roth começa a balançar

O empate sem gols contra o Joinville ligou ainda mais o sinal de alerta no Vasco. Isso porque, se antes da partida o time precisaria de duas rodadas para deixar a zona de rebaixamento, agora, mesmo que ganhe seus dois próximos compromissos, permanecerá na área de queda. O fraco desempenho e a situação cada vez mais delicada respingam no técnico Celso Roth. Vários conselheiros em São Januário defendem uma mudança e o mais rapidamente possível, mas esbarram na posição do presidente Eurico Miranda, que defende a permanência do treinador.
Eurico Miranda nunca gostou de mudanças na comissão técnica, pois entende que precisa confiar no profissional contratado e porque acredita que o impacto das decisões do treinador nem sempre podem ser considerados decisivos. Tanto que costuma dizer a polêmica frase: “Treinador não ganha jogo, mas pode perder”. Tanto que Doriva, que foi campeão carioca, só deixou o clube por decisão própria, já que mesmo mergulhado na zona de rebaixamento, o presidente vascaíno era contra a sua saída.
Outra verdade é que Celso Roth conta com a confiança do mandatário, que valoriza os treinadores que costumam comandar muitos treinos, evitam folgas depois dos jogos e cobram bastante dos jogadores em termos de fundamentos. A amigos, Eurico chegou a dizer que o treinador não pode ser responsabilizado pela falta de pontaria dos jogadores.

por Jota Carvalho