
Foto: Vitor Silva / SSPress
Quando o Botafogo assinou o termo de cooperação com a prefeitura de Niterói para a revitalização do Caio Martins, em setembro do ano passado, a previsão inicial era jogar no local logo nas primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Porém, um impasse para a reforma necessária do estádio cancelou o prognóstico: as arquibancadas móveis que precisam ser erguidas atrás dos gols foram temas de longos debates com órgãos de segurança a respeito do material a ser usado. O Alvinegro quer construir estruturas tubulares, comuns em eventos de praia e corridas de automóveis – que têm custos reduzidos em relação a alicerces de aço -, e negocia com quatro empresas. O processo está em fase de estudo de orçamento, mas a diretoria tem certa urgência. Internamente, os dirigentes trabalham com o prazo até o fim do mês para dar início às obras visando liberar o local para ser utilizado nas primeiras rodadas do Brasileiro.
O gramado já está pronto, mas há outras questões a serem resolvidas, como por exemplo iluminação e vestiários. O tempo é curto, mas ainda não está descartada levar a estreia do Botafogo na Série A, contra o São Paulo no dia 14 de maio, para Caio Martins. A arquibancada a ser construída no local deve seguir o mesmo modelo das que estão sendo erguidas nos setores norte e sul do Estádio Nilton Santos, cedido ao Comitê Olímpico para realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. O esqueleto das estruturas provisórias está avançado e já é possível de ser notado das ruas que cercam a arena na Zona Norte do Rio de Janeiro. Com a reforma, a capacidade do estádio deve pular de 5 mil para cerca de 15 mil pessoas.
Os custos ainda estão sendo levantados, mas no ano passado a diretoria alvinegra estimava investir cerca de R$ 15 milhões, a serem captados junto à iniciativa privada, para a reforma da arquibancada existente e a instalação das duas novas estruturas atrás dos gols. Entre as exigências da Prefeitura de Niterói que o Botafogo acatou está a não realização de clássicos no Caio Martins e que prédios não sejam erguidos em volta da sede.
Neste meio tempo surgiu a possibilidade de São Januário, local onde o Botafogo já vem mandando algumas de suas partidas em 2016. A diretoria tem boa relação com a vascaína, e o Alvinegro tem a intenção de atuar mais vezes na Colina ao longo da temporada, mesmo com a liberação do Caio Martins. Para isso, propôs um acordo: se o Cruz-Maltino não cobrar aluguel, não precisa pagar a dívida que tem pela venda de Fellipe Bastos no ano passado para o Al Ain, dos Emirados Árabes. O clube de General Severiano cobra 5% do valor da transferência – € 18,5 mil, cerca de R$ 80,5 mil – em função do mecanismo de solidariedade por ter formado o volante, atualmente com 26 anos. Porém, um possível acerto entre as partes só será possível quando o campo anexo do rival ficar pronto para preservar o gramado principal.