
Já não é a primeira vez que Peter Siemsen dispara contra a arbitragem. Assim como aconteceu após a partida de ida no Maracanã, quando o presidente do Fluminense fez duras críticas a Leandro Pedro Vuaden e se dirigiu diretamente ao coordenador de árbitros da CBF, Sérgio Corrêa, pedindo sua renúncia, o mandatário carioca voltou a protestar pelas decisões do juiz Anderson Daronco, que apitou a segunda semifinal na última quarta.
Com a cabeça ainda quente após a derrota nos pênaltis, em disputa que o Fluminense errou duas cobranças e viu o Palmeiras converter com perfeição todas as quatro realizadas, Peter protestou contra a arbitragem ao final da partida, no túnel que leva aos vestiários, e pode ser intimado a comparecer ao tribunal se indiciado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que versa sobre a “conduta contrária à ética desportiva”.
Como aconteceu no jogo do Maracanã, quando o time carioca reclamou do pênalti marcado sobre Zé Roberto, que deu condição ao Palmeiras para diminuir o placar, marcando o gol fora de casa que é critério de desempate na Copa do Brasil, o Fluminense voltou a contestar novo pênalti marcado contra a equipe, dessa vez de Marlon sobre Gabriel Jesus, ainda no primeiro tempo. A falta, que começou fora da área, terminou dentro, e em lance rápido, o juiz deu pênalti.

Foto: Nelson Perez/Divulgação
Na súmula preenchida após a partida, Anderson Daronco assinalou o protesto de Peter Siemsen, que se for a júri por desrespeitar a arbitragem, pode pegar sanção de 15 a 180 dias além de multa. “No túnel de acesso ao vestiário da arbitragem, na passagem da equipe de arbitragem, o presidente do Fluminense Peter Siemsen batendo palmas disse as seguintes palavras: ‘Mais um ladrãozinho para o bando’, e repetiu de novo a frase”, escreveu.
Em participação na ESPN Brasil na última quarta, Siemsen defendeu uma estrutura melhor de preparação para a arbitragem brasileira para elevar o nível do jogo. “Acho que a arbitragem, muitas vezes, tem tirado o brilho de certos resultados. É óbvio que isso chateia, que cria conflito e uma enorme pressão sobre os árbitros”, falou o presidente que, horas depois, estava ali como protagonista de mais uma polêmica em torno do apito.
>> Eliminado da Copa do Brasil, elenco foca no Brasileirão – Com clássico contra o Vasco marcado para este domingo no Engenhão e ainda buscando somar pontos para voltar à briga pelo G4, o Fluminense não tem tempo para lamentar a eliminação na Copa do Brasil. Assim como Cícero, que defende que agora é hora de dar o melhor no nacional, o lateral direito Wellington Silva prefere não remoer o duelo passado já que o Tricolor está a dez pontos do G4 e precisa correr atrás do prejuízo. “O Fluminense lutou contra o Palmeiras, mas não conseguiu seu objetivo. Agora temos que tentar uma sequência no Campeonato Brasileiro. Temos que mudar o foco porque temos o Brasileirão pela frente”, comentou.
STJD só adverte Eurico Miranda

Foto: Marcelo Sadio/Divulgação
Em julgamento realizado no Rio de Janeiro, ontem, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu apenas advertir o presidente vascaíno Eurico Miranda por suas recentes declarações.
Incurso nos artigos 243-D e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), Eurico fez a própria defesa no Tribunal. Argumentou quanto à acusação de “desrespeitar membros da arbitragem” e “incitar a violência” e teve sucesso.
“Todos que militam no futebol sabem o que está acontecendo. Não é o Vasco que está sendo prejudicado, tem um problema sério na arbitragem. Nada do que eu disse em relação ao Marco Polo Del Nero e ao Delfim é inverdade”, discursou o presidente vascaíno durante a defesa.
A explanação levou os auditores a pedirem à procuradoria verifique como estão sendo realizados os sorteios de árbitros pela CBF. Eurico julga ser “muita coincidência” o árbitro Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG) apitar o encontro de Vasco e Chapecoense tanto no turno quanto no returno do Brasileirão.
>> Relembre o caso – Toda a polêmica começou após empate por 1 a 1 entre Vasco e Chapecoense, disputado no último dia 15. Eurico Miranda soltou o verbo sobre um “escândalo” envolvendo Delfim Peixoto e clubes de Santa Catarina.
Segundo o presidente vascaíno, as frequentes visitas do vice-presidente da CBF aos vestiários do árbitro têm objetivo de beneficiar Avaí, Chapecoense, Figueirense e Joinville neste Campeonato Brasileiro. Na partida entre Vasco e Chapecoense, por exemplo, a súmula comprova a presença de Delfim Peixoto para “cumprimentar o trio de arbitragem”.
A resposta do presidente da FCF de um lado foi cautelosa, negando qualquer acusação, mas de outro foi explosiva. Julgou as ideias de Eurico “idiotas” e, com estes termos, incendiou a discussão. Então a procuradoria do STJD entrou na parada e indiciou ambos por “ofender alguém em sua honra”.
Por Jota Carvalho