
Fotos: Edvaldo Reis e Mariana Ramos
O prefeito Marcelo Crivella e o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciaram ontem, no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (INTO), medidas do Ministério da Saúde para auxiliar a Prefeitura do Rio de Janeiro a reduzir as filas de espera no Sistema de Regulação do município, o SISREG. Ao longo de três meses, já a partir de fevereiro, os seis hospitais federais localizados na cidade vão ofertar um total de 5.460 procedimentos para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sendo 2.300 consultas e 3.160 cirurgias nas especialidades com maior demanda.
“Estamos anunciando aqui uma parceria com o prefeito Crivella, para a realização de um mutirão de cirurgias e consultas especializadas, nos nossos seis hospitais federais e três institutos. É numa parceria para unificar a fila da regulação, para fazer com que todos esses procedimentos aconteçam de forma permanentemente integrada. Nesta fila única, nós avisaremos ao cidadão o seu lugar. Aí teremos condições de aplicar os R$ 340 milhões que temos no orçamento para mutirões de cirurgia. Para isso é preciso conhecermos todas as filas do Brasil, para que possamos distribuir esses recursos com justiça”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciando ainda a disponibilização de R$ 400 milhões para o Estado do Rio, em emendas parlamentares e no credenciamento de serviços permanentes de saúde.
O prefeito Marcelo Crivella agradeceu a parceria do Ministério da Saúde, negociada pessoalmente por ele com o ministro Ricardo Barros e o presidente Michel Temer:
“Nós queremos realmente estar trabalhando juntos com o governo federal, com os hospitais e institutos federais. Nosso secretário de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos, já fez este fim de semana uma grande ação, com 80 cirurgias. E agora, com essas consultas e cirurgias em parceria com o governo federal, vamos alcançar esse sonho que é diminuir essa fila hedionda, que nos humilha e nos envergonha a todos, que é essa fila do SISREG, com mais de 100 mil pessoas aguardando”.
A parceria com o Ministério da Saúde é parte da estratégia para reduzir as filas do Sistema de Regulação, nas quais, atualmente, 140 mil pessoas esperam a oportunidade de realizar algum procedimento na rede pública, seja cirúrgico, consultas ou exames. As cirurgias nos hospitais federais do Andaraí, de Bonsucesso, Cardoso Fontes, da Lagoa, de Ipanema e dos Servidores do Estado começam já no dia 1º de fevereiros. As vagas para consultas estão sendo marcadas a partir do dia 5.
Entre as vagas a serem oferecidas pelos hospitais federais para cirurgias nos próximos 90 dias estão 1.400 de catarata, 1.460 de cirurgia geral (sendo 1.030 de vesícula e 430 de hérnia) e 300 pediátricas. Entre as consultas, também ao longo de três meses, estão 1.000 vagas para dermatologia, 700 para urologia, 250 para oftalmologia pediátrica, 200 para oftalmologia geral e 150 para oftalmologia/glaucoma.
“Essa é uma parceria inédita realizada entre o governo municipal e o Ministério da Saúde. São milhares de consultas e cirurgias que serão realizadas aliviando a dor de quem está aguardando há muitos anos. No sábado e no domingo nós já realizamos um mutirão cirúrgico, utilizando apenas recursos municipais, e operamos 80 pessoas. Muitas delas eram crianças que estavam na fila há mais de um ano aguardando cirurgia de amigdalas, de fimose. Não é possível que no Rio de Janeiro essa fila não ande. Nós vamos colocar essa fila para andar, é uma fila que atenta a nossa dignidade. Os governos municipal, estadual e federal precisam dar as mãos em prol dessas pessoas que estão aguardando”, disse o secretário de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos, que estava no anúncio da parceria e que, no fim de semana, acompanhou nos hospitais municipais as cirurgias do mutirão.
Atualmente, mais de 7.000 pessoas aguardam para fazer cirurgias nas filas internas das unidades hospitalares da rede municipal. Com a resolução dos casos que aguardam nessas filas internas nos hospitais, novas vagas poderão ser abertas pelas unidades para os pacientes cadastrados no SISREG, possibilitando assim agilizar as filas e reduzir o tempo de espera pelos procedimentos. Do primeiro fim de semana de mutirão participaram os hospitais municipais Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço Jorge, Salgado Filho, Albert Schweitzer, Rocha Faria e Ronaldo Gazolla.
Pelo planejamento da Secretaria Municipal de Saúde, nos próximos fins de semanas outros hospitais da rede serão incluídos no mutirão. Inicialmente, as cirurgias extras ocorrerão apenas aos sábados e domingos, mas a previsão é de que, tão logo novos profissionais concursados sejam empossados e comecem a trabalhar, o mutirão seja estendido também para o terceiro turno (horário da noite) dos dias úteis. A Prefeitura do Rio já autorizou a convocação de 518 profissionais de saúde aprovados no último concurso público, realizado em 2013. Serão chamados 124 enfermeiros, 314 técnicos de enfermagem, 40 de radiologia e 40 de laboratório.