
O atleta marroquino de boxe Hassan Saada, de 22 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (5) suspeito de ter abusado de duas camareiras brasileiras na Vila dos Atletas, na última quarta-feira (3). A prisão temporária do boxeador foi decretada pelo Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, Larissa Nunes Saly, com base em provas reunidas por investigadores da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). O atleta iria competir neste sábado (6), às 12h30, no Pavilhão 6 do Riocentro, com o turco Mehmet Nadir Unal, mas pode estar fora dos Jogos Olímpicos porque deve ficar preso por 15 dias.
De acordo com a polícia, ele teria chamado as duas camareiras como se quisesse pedir uma informação. Quando elas entraram no quarto para ver o que o boxeador queria, ele as atacou e começou a apertar as coxas de uma delas e os seios da outra.
Segundo o Código Penal, o crime de estupro se configura se o autor forçar a vítima a ter conjunção carnal, praticar ato libidinoso (qualquer um que vise prazer sexual) ou obrigar a vítima a permitir que se pratique ato libidinoso com ela. Portanto, qualquer ato com sentido sexual praticado sem consentimento é considerado estupro.
A magistrada, Larissa Nunes Saly, considerou necessária a prisão, considerando o fato de se tratar de atleta estrangeiro, sem residência fixa no país. O boxeador foi incurso no art. 213 do Código Penal, pelo crime de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
“A prisão do indiciado é necessária para complementar as investigações, mormente porque livre o mesmo pode influenciar as diligências necessárias e, até, reincidir na prática de violência de gênero, eis que dois já são os fatos. Saliente-se que o mesmo não possui residência fixa no país, eis que atleta de delegação olímpica estrangeira, o que dá flagrante dimensão de risco de sua evasão, frustrandoa eventual aplicação da lei penal”.
Hassan Saada estava com mais dois atletas no quarto, que nada teriam feito com as duas mulheres. Segundo a polícia, elas conseguiram se desvencilhar e saíram do quarto.
A previsão é que Saada fosse transferido ainda ontem, para um presídio em Bangu, na Zona Oeste. Como não tem nível superior, deve ficar detido em presídio comum. Antes da transferência, no entanto, as vítimas terão que reconhecê-lo, já que ele foi identificado inicialmente por foto.
O Comitê Rio 2016 afirmou que está ciente do caso, que a prisão extrapola o âmbito esportivo e que vai colaborar com as investigações no que for necessário.
Durante os Jogos Olímpicos, o TJRJ disponibilizou sete postos do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos para atender às ocorrências verificadas durante as competições. Os postos estão localizados na Barra da Tijuca, em frente ao Parque Olímpico, Deodoro, Praça do Lido, Maracanã, Engenhão e nos aeroportos Santos Dumont e Internacional Tom Jobim.