Um jovem de apenas 15 anos foi morto a tiros, na manhã desta quarta-feira (12), em Água Santa, bairro da Zona Norte do Rio. O garoto estava num ponto de ônibus na Rua da Pátria, a caminho da escola, quando dois homens numa moto anunciaram um assalto. Guilherme Ancelmo Alves Tranquilino se recusou a entregar o celular e um dos bandidos atirou. O adolescente morreu no local.
Tio de Guilherme, João Tranquilino foi até o local onde o está o corpo do sobrinho. Ele fez um desabafo sobre a violência que assola o Rio:
“O Rio de Janeiro está jogado às baratas. Esses políticos tinham que sentir na pele o que a população sente. Eles têm que ver o sofrimento da população, enxergar o que se passa nas ruas.
Segundo João, esta é a primeira vez que a família perde um parente de forma tão violenta.
“A família tá como? É até complicado de falar. Não tem como descrever“, disse ele.
A mãe de Guilherme, ao ver o corpo do filho, se jogou em cima dele, em desespero. Ela ficou abraçada ao menino e se recusava a largá-lo. A mulher acabou passando mal e teve que ser amparada por amigos e parentes.
Segundo Paloma da Rocha, de 37 anos, tia de Guilherme, essa foi a terceira vez que bandidos tentaram roubar o adolescente no mesmo ponto de ônibus:
“Na primeira vez, no ano passado, levaram o celular que ele havia acabado de ganhar da mãe. A segunda tentativa aconteceu na semana passada. Ele estava junto com um amigo e, como viu que os bandidos não estavam armados, os dois correram e conseguiram se safar. Hoje, meu sobrinho se negou a entregar o aparelho e acabou sendo baleado”.
A tia conta que Guilherme fazia um curso de informática e sonhava em ser motociclista. O jovem estava se preparando para trabalhar como jovem aprendiz para ajudar a família.
“Esse tipo de crime está acontecendo diariamente no nosso bairro. Estamos desesperados, não enxergamos mais luz no fim do túnel. Só desgraça todo o dia. Meu sobrinho estava se preparando para trabalhar como jovem aprendiz. Queria ajudar o pai e a mãe, ajudante de pedreiro e empregada doméstica. Estamos desesperados com tudo isso”, desabafa a tia.