
Foto Shana Reis
O governo do Rio de Janeiro lançou ontem uma força-tarefa, composta por 800 homens do Corpo de Bombeiros, para intensificar o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e da chikungunya. Os militares foram capacitados por técnicos da Secretaria de Saúde e darão apoio às equipes de agentes municipais que já participam do combate.
As ações serão feitas de segunda-feira a sábado. Os bombeiros estarão divididos em grupos e acompanhados por agentes de endemia. De acordo com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, a soma de forças com os bombeiros é sinônimo de sucesso.
Pezão destacou a confiança que a população costuma ter nos militares como o diferencial para o sucesso da força-tarefa. “Quando enfrentamos aquelas fortes chuvas em Friburgo [em 2011], eu vi de perto o trabalho de qualidade que os bombeiros realizam. Não só eu, como toda a população. Por isso, e muitos outros exemplos, a população tem extrema confiança em nossa corporação. Vamos atacar em todo o estado e tenho certeza de que teremos sucesso nessa empreitada”, garantiu.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Ronaldo Alcântara, lembrou que mesmo que a entrada não seja permitida por algum morador, ela será feita. “A gente se apoia num decreto que permite a entrada. Primeiramente, esperamos o convite do dono. Se isso não acontecer, entraremos, caso haja necessidade, de acordo com as informações que o drone nos trará”. O drone fará um sobrevoo nas regiões que serão vistoriadas para identificar possíveis criadouros do mosquito. Os dados colhidos vão ajudar a orientar o trabalho dos agentes na área.
O governador do Rio comentou também notícias de que a Secretaria Estadual de Segurança cortaria este ano 32% de seu orçamento de R$ 7 bilhões, em decorrência da grave crise financeira que o estado atravessa. Pezão garantiu que nenhum programa será atingido com o que ele definiu como “planejamento de gastos”. O secretário de Segurança, José Maria Beltrame, havia declarado que não há mais onde cortar.
“O que fizemos não foi um corte no orçamento e sim um contingenciamento na folha. É normal pela situação que passamos. Está sendo muito difícil, mas temos que procurar alternativas. Entendo a preocupação do Beltrame, isso é normal. Estranho seria se um secretário não se preocupasse com essas questões. Eu também estou preocupado, mas é o cenário atual”, disse.