
O Governo do Brasil está reforçando a sua luta contra o zika vírus. A medida mais recente autoriza as equipes de fumigação a entrar em edifícios e casas abandonados para eliminar focos do vírus. O decreto provisório, publicado na segunda-feira (1º) no Diário Oficial, afeta imóveis nos quais o proprietário não possa ser localizado durante dez dias, e nos quais o proprietário se negue a deixar a fumigação ser feita. A polícia pode colaborar com as equipes de saúde para que estas entrem nos domicílios. Esta ação irá permitir que agentes públicos possam entrar em casas, empresas e órgãos públicos que estejam fechados ou abandonados, para eliminar criadouros do mosquito. As Forças Armadas também foram convocadas para ajudar a fazer a vistoria nas casas e as ações de limpeza para combater criadouros de mosquito.
Outra medida é que agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias e militares que atuam no combate ao Aedes aegypti contam com um novo canal de informações: o telefone 0800 645 3308. O serviço, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30, foi disponibilizado pelo governo federal esta semana e, segundo o Ministério da Saúde, oferece suporte para esclarecimento de dúvidas relacionadas à identificação de focos do mosquito. A pasta reforçou que a iniciativa visa à expansão dos canais e meios de comunicação entre profissionais e gestores, para oferecer acesso rápido e de qualidade com orientações sobre a assistência à saúde e a adoção de práticas para impedir a proliferação do vetor, ampliando a autonomia das equipes.
O registro de casos de infecção pelo vírus Zika terá notificação obrigatória no Brasil. O anúncio foi feito na última segunda-feira pelo Ministério da Saúde, que deve anunciar os detalhes da medida na próxima semana. Atualmente, a pasta não contabiliza o número de pacientes que tiveram a doença, e as secretarias não são obrigadas a registrar todos os casos, já que a capacidade de diagnóstico laboratorial do Brasil ainda é baixa e também porque em 80% das ocorrências não aparecem sintomas.
As equipes de especialistas e militares já visitaram 11 milhões de imóveis no Brasil, 22% do previsto pelo Ministério da Saúde, e encontraram focos do mosquito em 355.000. Em mais de 45.700 moradias, os proprietários se negaram a receber a fumigação, de acordo com a Agência Brasil. O Governo também anunciou a mobilização de 220.000 militares para ajudar na fumigação e informar a população das medidas para combater a epidemia.
Segundo os especialistas, o zika vírus produz microcefalia, uma malformação fetal que desde outubro do ano passado pode ter afetado 3.448 bebês em todo o Brasil. O mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, aproveita água parada, preferivelmente no interior das casas e na época de chuvas e calor (janeiro, fevereiro e março).