Um tumulto durante a peregrinação muçulmana do Hajj ontem (24) deixou pelo menos 717 mortos e mais de 800 feridos perto da cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, num dos piores incidentes na história recente da celebração. O incidente ocorreu no último ritual, onde peregrinos atiram pedras a pilares que representam o diabo. O Brasil lamentou o incidente, que é localizada em Mina entre o monte Arafat e a Grande Mesquita de Meca, o lugar mais sagrado do Islã.
“O governo brasileiro expressa seu profundo pesar pela tragédia que, no dia de hoje, vitimou centenas de fiéis durante as celebrações do Hajj, em Meca, e apresenta suas sentidas condolências aos familiares das vítimas, ao governo e ao povo sauditas, e se solidariza com a grande comunidade islâmica em todo o mundo”, informou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores.
O ministro da Saúde saudita, Khaled Al Faleh, atribuiu o tumulto, que causou mais de 700 mortos, à falta de disciplina dos peregrinos, que têm tendência, segundo ele, a ignorar as instruções dos responsáveis pela peregrinação.
“Se os peregrinos tivessem seguido as indicações, teríamos podido evitar este gênero de acidente”, declarou Khaled Al Faleh à televisão pública El-Ekhbariya, depois de ter ido ao local da tragédia, a pior nos últimos 25 anos.
“Numerosos peregrinos movimentam-se sem respeitar os horários determinados pelos responsáveis da gestão dos ritos”, disse o ministro, acrescentando ser essa “a razão principal deste tipo de incidente”.
O Irã, que perdeu 43 cidadãos no tumulto, atribuiu a tragédia a falhas no dispositivo de segurança saudita. O ritual do Hajj está entre os cinco pilares do islamismo, e todos os muçulmanos deverão fazer a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida.