Chefe do tráfico do Mandela diz que deixou crime e vive do aluguel de imóveis na favela

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Benemário, quando foi preso, em 2014 Foto: Ascom Polícia Civil

José Benemário de Araújo, o Benemário, de 55 anos, apontado pela polícia como chefe do tráfico da favela do Mandela, na Zona Norte do Rio, afirmou em depoimento à Polícia Civil, que deixou a vida do crime e tira seu sustento do aluguel de imóveis na comunidade. O relato foi feito em maio do ano passado, quando o traficante foi ouvido por policiais da 21ª DP (Bonsucesso) em meio a um inquérito em que era investigado. Aos policiais disse que, “para manter sua subsistência, possui alguns imóveis na comunidade do Mandela, dos quais recebe aluguéis que geram uma renda de cerca de R$ 4 mil”.

Benemário também disse que “há cerca de 20 anos não põe os pés na comunidade do Mandela, nem tampouco qualquer outra em que haja domínio de traficantes”. Quando perguntado pelos agentes se tinha informações sobre os integrantes do tráfico de drogas da favela, alegou que “por mais que ouça falar, isso traria sérios riscos à sua integridade física e à de sua família”. No depoimento, o campo dedicado à profissão de Benemário foi preenchido com a palavra “autônomo”.

Durante o relato, ele também disse que sua mulher e seus filhos, até hoje moradores do Mandela, “ajudam na locação e recebimento devido” e alegou que a mulher, moradora da Zona Oeste da cidade, só vai à favela para receber os pagamentos. A mulher, uma cabeleireira de 23 anos — 22 a menos que o traficante —, também prestou depoimento na delegacia, três dias depois do marido. Ela disse que vai raramente ao Mandela para “receber alguns aluguéis de quitinetes que seu companheiro possui”. A cabeleireira também informou aos agentes que Benemário possui sete imóveis na favela e entregou à polícia seis recibos dos aluguéis, cada um de R$ 600.

Benemário na década de 1990

Desde março de 2017, Benemário cumpre pena no Complexo de Gericinó. Ele foi preso pela primeira vez em 1991 e ficou 22 anos na cadeia. Em fevereiro de 2013, após obter a progressão para o regime semiaberto, em João Pessoa, na Paraíba, rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu. Em agosto de 2014, foi novamente preso no Paraguai. Na época, disse a policiais, quando perguntado se havia arquitetado um ataque à UPP do Mandela, negou e resumiu: “Eu estava tranquilão no Paraguai”.

Benemário já foi condenado a 73 anos de prisão, por crimes como homicídio, sequestro, roubo, tráfico de drogas e formação de quadrilha.

O inquérito em Benemário foi ouvido já foi finalizado e remetido à Justiça. Ao todo, 16 réus foram denunciados, entre eles, Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, expulso do Paraguai na semana passada após matar uma jovem dentro da cela em que estava preso. Os argumentos de Benemário foram ouvidos: à pedido do Ministério Público, a Justiça determinou o arquivamento do processo contra ele.

 

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