
Foto: Amanda Santos/ SSP-RJ
O Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrami não escondeu o desanimo diante da a atual crise financeira estadual. Admitindo cansaço ele revelou que já pensou em deixar o cargo, durante entrevista na manhã desta terça-feira (3).
“Durante de nove anos, quatro meses e três dias, a gente fez muita coisa, sempre de maneira transparente, quando errou, errou; quando acertou, é nossa obrigação. E agora a gente vê o Estado num estado de miserabilidade, aonde salários não são pagos, programas de integração da polícia indo por água abaixo. Enfim, todo um planejamento e aplicação das políticas públicas estão parados. E coisas paradas em segurança pública é andar pra trás. Então a gente fica, sem dúvida nenhuma, sentido”, declarou na Rádio Globo.
No decorrer da entrevista Beltrame afirmou ainda que já pensou em deixar o cargo. “Isso [deixar a secretaria] passou pela minha cabeça várias vezes. Mas temos ainda vários objetivos”, disse.”O que mais me angustia aqui é não poder planejar. Porque tenho um orçamento que começou em janeiro e terminou em abril. Então você ficar aqui sem saber o que vai fazer em maio, junho, julho. Esta é a minha grande angústia. Não saber como vou planejar porque não tem um fluxo financeiro para organizar as ações para frente”, desabafou o secretário.
Segundo o secretário, a crise econômica que atinge o Rio não compromete as Unidades de Polícia Pacificadora. “Graças à Assembleia Legislativa do Rio e à Comissão de Segurança da Alerj, a UPP é a única coisa para a qual ainda temos recurso. Então, estamos terminando as bases novas de concreto e alvenaria, conseguimos oferecer aos policiais novos armamentos e estamos fazendo novamente a requalificação de todo esse pessoal, que está passando por cursos. A UPP é algo que ainda tem muito a dar, que me motiva. Temos muitas operações de inteligência ainda para fazer e com a desistência de fazer a Maré, poderemos realocar policiais para dar mais consistência ao projeto. É preferível dar continuidade aos projetos que temos do que avançar. Mas sem dúvida, se não há um Estado estruturado economicamente, não há política pública que se sustente”, afirmou Beltrame.