Desastre Mariana: lama na superfície é maior que no fundo do oceano

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A ação civil pública contra a mineradora Samarco pede indenização cerca des R$ 20 bilhões, pelos danos sociais, ambientais e econômicos Foto: Valter Campanato/Agencia Brasil
A ação civil pública contra a mineradora Samarco pede indenização cerca des R$ 20 bilhões, pelos danos sociais, ambientais e econômicos
Foto: Valter Campanato/Agencia Brasil

Começou ontem, a segunda etapa do levantamento feito pela Marinha para detalhar a área de influência e dispersão da lama do desastre que ocorreu em Mariana, no início de novembro. Esta nova fase do trabalho segue até sábado. A onda de lama liberada com cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos destruiu o distrito de Bento Rodrigues, devastou o Rio do Carmo e o Rio Doce e ainda avança pelo oceano no Espírito Santo, no município de Linhares.

A extensão da pluma (mancha de lama) na superfície do oceano no Espírito Santo é maior do que a encontrada no fundo. O primeiro levantamento feito pela Marinha informa que os pesquisadores identificaram na água partículas finas em suspensão, entre 0,45 e 5 milésimos de milímetro. A dispersão da lama é complexa e influenciada principalmente pelos ventos, pelas correntes, marés e a batimetria (profundidade).

A Marinha apresentou na segunda-feira (30) o relatório preliminar dos impactos no litoral do Espírito Santo, na Foz do Rio Doce, da lama com rejeitos de minério que vazou do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), no dia 5 deste mês. Segundo a assessoria da Marinha, ainda não há resultados sobre a toxicidade da lama que foi para o oceano. As conclusões serão divulgadas após análises das amostras em laboratórios, que devem durar cerca de três semanas.

Ação civil pública

A Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou esta semana uma ação civil pública contra a mineradora Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP. O pedido de indenização é de pelo menos R$ 20 bilhões, devido aos danos sociais, ambientais e econômicos provocados pelo rompimento da barragem Fundão, em Mariana, Minas Gerais.
O rompimento liberou mais de 50 mil toneladas de lama com rejeitos de mineração e deixou pelo menos 13 mortos. O desastre também devastou o distrito de Bento Rodrigues e atingiu o Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo.

A ação é assinada pelos procuradores-gerais Renato Vieira (AGU), Paulo Kuhn (União), Rodrigo Rabello (do Espírito Santo) e pelo advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista. A ação pede que seja criado um fundo privado com R$ 2 bilhões e mais R$ 2 bilhões anuais, por 10 anos. Os recursos, pagos pelas empresas, serão utilizados na recuperação do meio ambiente e na reparação dos danos socioeconômicos, de acordo com ações definidas pelos órgãos ambientais federal e estaduais.

Renato Vieira disse que a ação civil pública tem quatro objetivos. “O primeiro é estancar o dano ambiental, fazer com que o dano que continua em expansão pare de ocorrer. Em relação àquele dano que infelizmente não é possível evitar, a ação pede que eles sejam minimizados. Traz ainda a determinação no sentido de prever uma recuperação do meio ambiente danificado. E, por fim, aquilo que não é possível de se revitalizar, que seja indenizado”, disse.

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