Desigualdades de gênero: a luta continua

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O Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2015 analisou 145 países, entre eles o Brasil (85º lugar)na equiparação entre os sexos
O Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2015 analisou 145 países, entre eles o Brasil (85º lugar)na equiparação entre os sexos

Com origem nas manifestações femininas por melhores condições socais como trabalho digno, salário justo e direito de voto, o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, existe desde o início do século XX. Hoje a data é dedicada a incentivar a sociedade a refletir sobre as principais conquistas e aos muitos desafios que as mulheres ainda enfrentam nos dias atuais. Apesar da participação feminina cada vez maior na sociedade, a desigualdade entre homens e mulheres persiste ao redor do mundo.

Dados divulgados pelo Fórum Econômico Mundial revelam que a equiparação entre os sexos só deve ocorrer daqui a mais de 100 anos, em 2133. O Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2015 analisou 145 países, entre eles o Brasil (85º lugar). Islândia (1º), Noruega (2º) e Finlândia (3º) lideram o ranking, com Síria (143º), Paquistão (144º) e Iêmen (145º) nas últimas posições.

De acordo com a pesquisa, a renda média anual das mulheres no Brasil é bem menor que a dos homens. Para as mulheres, é estimada em US$ 12 mil por ano em média (cerca de R$ 44,9 mil); para os homens, em US$ 20,4 mil anuais (cerca de R$ 76,3 mil). Os homens também têm maior participação no mercado de trabalho, com 85% deles empregados ou procurando emprego. Entre as mulheres, esse número cai para 65%. Além disso, os homens representam 63% dos funcionários públicos de alto escalão, diretores e legisladores, contra 37% de participação das mulheres.

As mulheres ganham espaço na internet para denunciar agressores
As mulheres ganham espaço na internet para denunciar agressores

Por outro lado, o Fórum Econômico Mundial ressalta a igualdade de gêneros na saúde e educação no Brasil. Entre as pessoas formadas em universidades, por exemplo, elas são maioria, com 61%. A entidade também afirma que, desde 2006, quando o índice foi criado, o país tem melhorado em todos os campos analisados, com maior destaque para o avanço no campo político. No último dia 24 de fevereiro, o voto feminino no Brasil completou 84 anos. A conquista foi assegurada após intensa campanha nacional.
As mulheres também têm dado passos importantes frente a sua qualificação. Hoje as brasileiras estudam mais que os homens e representam 60% dos graduados brasileiros segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD). Além disso, são donas de 51,1% dos diplomas de pós-graduação.

Devido à preocupação com os estudos e com a carreira, a maternidade tem ficado para depois. De acordo com o IBGE, em 2000 era mais comum encontrar adolescentes entre 15 e 19 anos grávidas que mulheres entre 30 a 34. No Censo de 2010, a realidade se inverteu, e o percentual de mulheres que engravidam no segundo intervalo passou de 14,4 para 18,3% do total. Além da variação de idade, a quantidade de filhos também mudou. A média de filhos das brasileiras hoje é de 1,9 bebê por mulher.
A mulher assumiu também papel importante de chefe de família. Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios particulares. Em 2010, essa proporção cresceu para 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios – um aumento de 13,7 pontos percentuais. Quando analisados os dados das áreas rurais e urbanas verifica-se que no campo ainda é mais comum o homem ser o chefe da família.

As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram aumento maior na renda média mensal. Mas elas ainda ganham salários menores e têm dificuldade de ascender na carreira. Entretanto, a luta ainda continua.

Vozes femininas na internet

Além das ruas, base de luta da classe feminista em busca da igualdade de direitos e respeito, as mulheres ganharam vozes poderosas na internet. Em fevereiro desde ano, em pouco mais de uma semana, alunas de escolas e universidades de todo o país enviaram para uma página do Facebook mais de 750 relatos de agressão moral e sexual que sofreram de seus professores. Dos depoimentos recebidos, mais de 500 foram publicados, ultrapassando 16 mil “curtidas” na rede social em apenas sete dias. A página “Meu Professor Abusador” foi criada no dia 9 de fevereiro por quatro jovens mulheres de Porto Alegre, que concluíram recentemente o Ensino Médio, depois que uma delas descobriu um caso de assédio na escola que frequentou.
Em 2015, as redes sociais também e contribuíram para debates que giram em torno de feminismo, preconceito e igualdade de salários, entre outros. Na web hashtags como #PrimeiroAssédio, #MeuAmigoSecreto e #AgoraÉqueSãoElas viralizaram e ganharam destaque na luta das mulheres.
Ainda no ano passado, a ONU divulgou o relatório Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as Economias para Realizar os Direitos. Conforme os dados levantados, a mulher faz quase duas vezes e meia mais trabalho doméstico e de cuidados de outras pessoas não remunerados do que os homens. Além disso, o estudo constatou que no mundo, em média, os salários das mulheres são 24% menores aos dos homens na mesma função.

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