O Disque-Denúncia do Rio de Janeiro, o mais antigo do país, comemorou 20 anos ontem com o lançamento de uma campanha nacional para incentivar as denúncias de porte e contrabando de armas ilegais, principalmente fuzis. A entidade assinou uma “carta de compromisso” com representantes dos disque-denúncias de São Paulo, Campinas, Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco.
Durante a solenidade, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, foi homenageado. Elogiando a escolha do desarmamento como tema da campanha, Beltrame afirmou que o fuzil é o inimigo número um da segurança do Rio de Janeiro e que, muitas vezes, os ferimentos por “balas perdidas” são causados por estilhaços da arma. Ele pediu que a sociedade se mobilize para impedir o aumento do número de armas nas ruas”. “Apelo à sociedade, porque a bancada da bala está sujeita a vencer essa luta.”
No documento, os disque-denúncias se comprometem a apoiar as autoridades no combate às armas ilegais, realizar campanhas específicas de desarmamento e auxiliar na elaboração de estratégias para desarticular quadrilhas de contrabando de armas. No evento, foi exibido um vídeo do Disque-Denúncia do Rio que, ao som de funk, pede que a população ajude a combater o tráfico de armas.
Coordenador do Disque-Denúncia do Rio de Janeiro, Zeca Borges informou que a ideia da campanha começou com a preocupação com o crescimento do número de apreensões de fuzis no estado, que cresceu 51% neste ano.”Estamos muito preocupados com o alto índice de apreensões de armas, muito maior que nos anos anteriores, e com a vitimização de pessoas. Vamos nos unir, porque é um problema do Brasil”, afirmou.
Segundo o Disque-Denúncia, só neste ano mais de 10 mil armas e 60 mil munições foram apreendidas com informações recebidas da população. A quantidade equivale a 80% das apreensões do estado de janeiro a setembro.O coordenador do Disque-Denúncia de São Paulo, Mário Vendrell Royo, destacou que o sucesso dos disque-denúncias no país se deve ao anonimato de quem fornece informações. “Se a pessoa procurar uma autoridade policial, ela terá de se identificar e acaba se retraindo.”
Para registrar denúncias nas entidades, a população pode recorrer aos seguintes telefones: (21) 2253-1177, para o Rio de Janeiro; (81) 3421-9595 /3719-4545, para Pernambuco; e 181, para São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.