O relatório final da CPI da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investigou mortes de policiais, aprovado pela Comissão de Segurança na tarde desta terça-feira, mostra que a Divisão de Homicídios (DH) consegue desvendar 40% das mortes de policiais no estado. O documento revela que, entre 2014 e 2015, 103 inquéritos sobre assassinatos de policiais civis e militares foram abertos pela especializada. Desse total, 43 foram enviados à Justiça com a autoria do crime determinada.
Em 2014, dos 53 inquéritos abertos, 22 já haviam sido finalizados. Outros 16 estavam em andamento na delegacia e 15 haviam sido encaminhados para Justiça ainda sem a autoria. Já das 50 investigações de 2015, 21 foram relatados. Entre as motivações dos crimes, a DH destacou as mortes em serviço, brigas, roubos e execuções de matriz violenta, ligadas à milícia.
O documento também concluiu que agentes do estado do Rio correm seis vezes mais risco de morrer do que policiais de São Paulo. A informação foi passada aos deputados que integraram à CPI pela pesquisadora da Maria Cecília de Souza Minayo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a especialista, o Rio alcançou, em 2014, uma taxa de 265 mortes por 100 mil policiais. Já em São Paulo, no ano anterior, a mesma taxa foi de 41,8 por 100 mil policiais.
O trabalho também comparou a taxa do Rio com de outros países. A dos Estados Unidos, de 7,1 mortes por 100 mil policiais, é 37 vezes menor do que a registrada no Rio. Na Alemanha, a taxa chega a 1,2 por 100 mil e na Inglaterra e País de Gales a Taxa não passa de uma morte por 100 mil agentes.
Em 2016, segundo o relatório, a capital fluminense teve, ao todo, 146 agentes públicos de segurança assassinados e 556 feridos. O número soma policiais civis, militares e bombeiros.
O documento foi aprovado pela Comissão de Segurança e propõe 14 medidas para diminuir o número de morte desses profissionais. Entre as medidas, há a mudança da “política de confronto”, que, segundo o relatório, é adotada pela Secretaria de Segurança.