Efeito das alterações climáticas aumenta aquecimento global

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De acordo com o estudo, o nível das águas subirá e um dos lugares que poderá ser afetado é a China
De acordo com o estudo, o nível das águas subirá e um dos lugares que poderá ser afetado é a China

O nível de concentração dos gases de efeito estufa atingiu novo recorde no ano passado, anunciou ontem a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em seu relatório anual. O estudo – que não mede as emissões de gases de efeito estufa, mas a sua concentração na atmosfera – mostra que o dióxido de carbono, o principal gás com efeito estufa de longa duração, aumentou para 397,7 partes por milhão (ppm) em 2014.
O relatório da agência da ONU é divulgado a três semanas da Cúpula do Clima de Paris (COP21), que visa à tomada de medidas significativas para limitar o fenômeno do aquecimento global. O metano, o segundo gás com efeito estufa de longa duração, também atingiu novo recorde de concentração, 1.833 ppm em 2014, segundo o relatório.
“Não podemos ver o dióxido de carbono, é uma ameaça invisível, mas uma ameaça muito real”, lembrou Jarraud. “Isso significa temperaturas globais mais elevadas, mais fenômenos meteorológicos extremos, como vagas de calor, inundações, derretimento do gelo e aumento do nível do mar e da sua acidez”.
A OMM indica que, com 60% das emissões de metano provocadas pela atividade humana, principalmente a pecuária, o cultivo de arroz, a exploração de combustíveis fósseis, foi registrado aumento de 254% das concentrações desse gás na atmosfera, desde os níveis da era pré-industrial. O protóxido de azoto, cujo impacto no clima em um período de 100 anos é 298 vezes maior que o do dióxido de carbono e que também contribui para a destruição da camada de ozônio, que protege dos raios ultravioleta do sol, registrou o ano passado uma concentração de 327,1 partes por bilhão, ou 121% dos seus níveis antes da era industrial.

Desaparecimento de grandes cidades

Investigadores norte-americanos consideraram que o efeito das alterações climáticas pode levar ao desaparecimento, a longo prazo, de grandes cidades como Xangai, Bombaim e Hong Kong, mesmo se o aquecimento global for limitado a 2 graus Celsius (°C). O estudo do instituto Climate Central indica que com mais 2ºC, o nível da água do mar continuará a subir e pode encobrir territórios onde vivem atualmente 280 milhões de pessoas.
Se o aumento na temperatura for de 4ºC, o fenômeno vai ameaçar 600 milhões de habitantes. “Um aquecimento de 2ºC representa uma ameaça à existência, a longo prazo, muitas grandes cidades e regiões costeiras”, disse Ben Strauss, um dos autores do estudo.
Mas as medidas tomadas para reduzir rápida e drasticamente as emissões de gases de efeito de estufa, que alteram o clima, podem fazer a diferença: “Ainda temos diante de nós um amplo leque de escolhas”, acrescentou o pesquisador. Se as emissões de gases de efeito de estufa continuarem a aumentar, levando a um aquecimento de 4ºC, o nível das águas subirá, em média, 8,9 metros, mostra o estudo. Com um aquecimento de 3ºC, o nível da água do mar subirá 6,4 metros, cobrindo áreas com mais de 400 milhões de habitantes.
Com 2ºC, o mar subiria 4,7 metros e duas vezes menos pessoas seriam afetadas. Com uma elevação de 1,5°C na temperatura – objetivo exigido pelas nações mais vulneráveis como os pequenos Estados insulares, as águas subiriam 2,9 metros e a população afetada ficaria em torno de 137 milhões de pessoas.
A China será o país mais afetado: com 4ºC, a subida das águas afetará uma área onde vivem atualmente 145 milhões de pessoas, de acordo com este estudo que não avalia a evolução demográfica, nem a construção de infraestruturas, como diques. Outros países serão particularmente afetados: Índia, Bangladesh, Vietnã, Indonésia, Japão, Estados Unidos, Filipinas, Egito, Brasil, Tailândia, Birmânia e Holanda. Entre as principais cidades contam-se Hong Kong, Calcutá, Dacca, Jacarta, Xangai, Bombaim, Hanói, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Nova Iorque e Tóquio.

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