
Foto: Secretaria de Segurança Pública-RJ
O esquema de segurança que está sendo preparado para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 será o maior já realizado no Brasil. O anúncio foi feito ontem pelo secretário extraordinário de segurança para grandes eventos, Andrei Rodrigues. O número de agentes de segurança empregados deve passar de 85 mil.
A proposta da secretaria é utilizar 47,5 mil profissionais de segurança pública apenas na cidade do Rio de Janeiro. Mais 37 mil agentes das Forças Armadas devem ser empregados na capital fluminense e nas cinco cidades que receberão as competições de futebol: Brasília, Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e Manaus.
A segurança no interior dos locais de competição deve ser feita por mais de 9 mil agentes públicos da Força Nacional, que assumiram a responsabilidade que antes estava delegada ao Comitê Rio 2016.
Também reforçarão a segurança do evento cerca de 1,7 mil funcionários do Departamento Penitenciário Nacional e dos estados que serão treinados durante os jogos, já que equipamentos usados para revistas, como sensores metálicos e de raio-x, serão doados a penitenciárias depois dos jogos.
Ao anunciar o planejamento, Andrei Rodrigues explicou que será dada preferência à baixa ostensividade do policiamento quando for possível, já que a missão das autoridades é garantir a segurança de forma “discreta e amigável”.
Também participaram do anúncio o assessor especial para grandes eventos do Ministério da Defesa, general Luiz Felipe Linhares, o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência, Saulo Moura, o secretário de Segurança do Estado do Rio de janeiro, José Mariano Beltrame, o coronel do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Wanius Amorim, e o diretor de Segurança do Comitê Rio 2016, Luiz Fernando Corrêa.
Centro antiterrorismo
A prevenção contra ações terroristas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, no Rio, contará com um centro que vai reunir agentes de segurança do Brasil e de outros países. Segundo o secretário extraordinário de segurança para grandes eventos, Andrei Rodrigues, o centro deve ter sua estrutura concluída até o início do ano que vem, para que possa receber profissionais de países parceiros cerca de 15 dias antes do início do evento, em 5 de agosto de 2016. “O investimento é para que tenhamos de forma célere de troca de informação, qualificando a prevenção [ao terrorismo], disse o secretário.
Os países participantes do esforço conjunto, segundo Andrei, são os que “historicamente” já contribuem para o processo de segurança. “Teremos parcerias com países que compõem o sistema Interpol, e com aqueles que poderão trazer informações úteis para a segurança de todos aqui no evento”, disse.
O centro antiterrorismo será montado em área próxima dos locais de competição, de acordo com Andrei. Ele disse que a ideia partiu do amadurecimento obtido em eventos anteriores sediados pelo país e, ainda, em missões enviadas a competições em outros países, como aos Jogos Pan-Americanos de Toronto.
Para o assessor especial para grandes eventos do Ministério da Defesa, general Luiz Felipe Linhares, a ideia de criar o centro antiterrorismo vai favorecer a criação de um protocolo de ações, que, segundo ele, são a “chave de qualquer resposta a uma possível ação terrorista”.
O diretor do Departamento de Integração do Sistema Integrado Brasileiro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura, afirmou que o Brasil já mantém relações com 80 países para a troca de informações. Segundo ele, o acompanhamento do tema é feito de forma “perene” pelos 35 órgãos que compõem o Sistema Brasileiro de Inteligência.
“Todos os países estão interessados e têm boa vontade de trocar informações conosco. Então, uma coisa que temos certeza é que na área de inteligência, estamos bem abastecidos”, disse.