Inaugurado em 2013, no bairro do Andaraí, na Zona Norte do Rio, o Colégio Estadual Chico Anysio vem apresentando bons resultados em nível regional e nacional. A escola foi a terceira unidade da rede estadual na classificação geral do Enem. No desdobramento desse desempenho, 21 alunos garantiram vaga em universidades públicas, além dos estudantes que foram aprovados em instituições privadas de renome.
A unidade tem Ensino Médio de referência, desenvolvido em parceria com o Instituto Ayrton Senna, que oferece cursos de capacitação com os professores para uma educação integral, que inclui, entre outras coisas, a valorização do protagonismo juvenil. Um dos pilares dessa filosofia é o Projeto de Vida, que engloba todos os seus 253 alunos, divididos em grupos moderados por professores.
O tema levado à roda para os estudantes da 1ª série do Ensino Médio é autoconhecimento. Os grupos do ano seguinte desenvolvem assuntos ligados à relação dos jovens com o mundo. Os do último ano focam o debate no mundo do trabalho. Em comum, a ênfase no eixo socioemocional. Segundo os próprios alunos, isso traz a segurança de que necessitam para vencer dificuldades dentro e fora da sala de aula, o que acaba refletindo no desempenho escolar.
“Vim de outra escola e chorava para estudar Física. Entrei aqui no segundo semestre e fui desenvolvendo atividades que saem da rotina, mas que no final ajudaram na compreensão da disciplina: fazia anotações sobre tudo o que acontecia na aula para comparar com o que anotava sobre as matérias que gosto. Minha dificuldade acabou”, contou Carolaine Souza, da 1ª série.
As matérias cognitivas são divididas em Ciências Naturais, Ciências Humanas, Matemática e Linguagens. De acordo com a direção, isso evita o ensino fragmentado. O aluno é avaliado dentro do contexto em que vive e da forma como ele reage às informações. O professor tem liberdade para decidir as ferramentas de avaliação, aproveitando o conhecimento do próprio aluno.
“O material humano é essencial. Nossa proposta é de uma escola sem muros entre alunos, professores ou direção. O professor tem que saber que entra aqui para um aprendizado contínuo. E o aluno tem que entender que ter conhecimentos sem ser colaborativo não garante um profissional de sucesso”, explicou o diretor Wilmann Costa.
O Colégio Estadual Chico Anysio tem alguns estudantes com necessidades especiais, que frequentam turmas regulares.
“Todos são especiais para nós, e tratados de acordo com suas características. Portanto, podem se desenvolver e solicitar ajuda”, afirmou Wilmann.
Os pais do aluno Alan Rossi Barbosa Parra, portador de Síndrome de Angelman (que provoca atraso motor e cognitivo), elogiam a integração do rapaz ao corpo escolar e como ele está se desenvolvendo além das expectativas.
“Ele está mais feliz, participativo. Está com mais autonomia em várias atividades diárias, é visível que, para ele, é um prazer estar nessa escola. Do ponto de vista intelectual, estamos surpresos de como ele vem assimilando novas informações”, disse a mãe, Eliana Rossi Andrello.
