
Com o objetivo de conservar plantas ameaçadas de extinção, a Secretaria do Ambiente elaborou o Inventário Florestal do Estado do Rio de Janeiro. O primeiro resultado do projeto – um levantamento das espécies endêmicas, exemplares que só vivem em uma determinada região geográfica – foi apresentado pelo Governo do Estado e o Jardim Botânico, órgão parceiro da iniciativa. O inventário vai servir de base para a criação de ações para a conservação da Mata Atlântica e seus ecossistemas no território estadual. Ao todo, foram encontradas 904 espécies endêmicas, sendo que 53% possuem algum grau de ameaça.
“É um trabalho pioneiro de avaliação das espécies endêmicas do estado. Este levantamento servirá como instrumento de formação da nossa política de conservação, de acompanhamento e de fiscalização”, explicou o secretário do Ambiente, André Corrêa.
Trabalho de campo
Segundo Telmo Borges Silveira Filho, coordenador do Inventário Florestal do Estado do Rio, o trabalho de campo para a realização do inventário vem sendo realizado desde 2013.
“Foram mais de 260 pontos visitados, em 79 municípios fluminenses. Foram analisadas 40 mil árvores e arbustos, com mais de 80 pessoas envolvidas diretamente no trabalho. Não se fazia um inventário analisando toda a flora do estado desde a década de 80”, contou Telmo.
Levantamento é realizado por profissionais de diversas áreas
O levantamento foi feito por profissionais das áreas de Engenharia Florestal e Biologia, que, divididos em equipes, percorreram o estado realizando medições e coletas de solo, folhas, caule e tronco de árvores e de plantas em todo o Estado do Rio de Janeiro para análise no Jardim Botânico. O objetivo foi identificar as espécies da flora e em quais locais elas foram encontradas. Aspectos socioambientais também foram abordados, a partir de entrevistas com moradores do entorno das regiões avaliadas.
Esta foi a primeira vez que os pesquisadores contaram com equipamento de alta tecnologia para realizar o trabalho. Além de receberem tablets, foi criado um aplicativo onde os dados coletados eram armazenados em formulários. As ferramentas garantem mais rapidez, precisão e agilidade para transmitir as informações. Os aparelhos contam com mapas e guias de apoio que facilitavam o deslocamento no campo.