O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou que o país enfrenta “um golpe de Estado disfarçado”, com o pedido de sua destituição, que será debatido e votado no Congresso. A informação é da Agência EFE.
“A Constituição e a democracia estão sob ataque. Estamos sob um golpe, sob o disfarce de interpretações legais supostamente legítimas”, disse Kuczynski, em mensagem transmitida pela televisão, onde esteve acompanhado pelos vice-presidentes Martín Vizcarra e Mercedes Aráoz.
O pleno do Congresso, dominado pelo partido fujimorista Força Popular, ouvirá a defesa do presidente nesta quinta-feira, diante das acusações de que uma empresa sua recebeu dinheiro da construtora Odebrecht. Em seguida, haverá debate sobre o pedido de destituição por suposta “incapacidade moral permanente”.
Kuczynski exigiu do Congresso “respeito pela decisão popular” que o colocou na presidência nas eleições de 2016, com pouco mais de 40 mil votos sobre Keiko Fujimori, a líder da Força Popular.
O governante assegurou que durante sua defesa no Congresso responderá “com clareza pontual” às acusações de que teria se beneficiado com pagamentos da Odebrecht.
A permanência de Kucyznski no cargo foi seriamente questionada depois que, na semana passada, surgiu a denúncia de que uma empresa sua ofereceu serviços de consultoria à construtora brasileira Odebrecht entre 2004 e 2007.
Kuczynski reconheceu que recebeu pagamentos por um contrato de assessoria, assinado pelo seu então sócio Gerardo Sepúlveda com a Odebrecht, quando ele era ministro do governo de Alejandro Toledo.
No entanto, o atual governante assegurou que não tinha conhecimento de que o dinheiro era proveniente desse contrato até que a denúncia fosse feita, na semana passada, pela comissão parlamentar que investiga a Lava Jato no Peru.
O presidente admitiu que cometeu “erros”, ao explicar a forma como sua empresa fez esses trabalhos, algo que atribuiu à falta de perícia para se comunicar.
“A verdade é que não sou um bom comunicador, mas sou uma pessoa transparente, alguém que jamais cometeu um ato de corrupção em toda a sua vida”, afirmou.
Da Agência EFE*