Milícia chefiada por irmão de Carlinhos Três Pontes tenta expansão para Costa Verde do Rio

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A milícia que era comandada por Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, tem buscado se expandir para a Costa Verde do Rio. No mês passado, o grupo, originalmente da Zona Oeste, tentou tomar a comunidade do Frade, em Angra dos Reis e Conceição de Jacareí, distrito de Mangaratiba — duas áreas que são dominadas pelo Comando Vermelho. Nessa quinta-feira, 20 acusados de integrar a quadrilha foram presos numa operação da Delegacia de Homicídios (DH) da capital, da Coordenadoria de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro (CCC-LD) da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual.

O principal alvo da ação era Wellington da Silva Braga, o Didi ou Ecko, que passou a chefiar o grupo após a morte de Carlinhos, seu irmão, em abril deste ano. O criminoso não foi localizado pela polícia. Segundo investigação da DH, o grupo já domina Muriqui, também em Mangaratiba, e vem tentando ampliar seu domínio territorial na região.

No Frade, os milicianos chegaram a conseguir entrar na comunidade, no fim do mês passado, mas recuaram após ações das polícias Civil e Militar. À época, chegou a circular no WhatsApp um comunicado atribuído à quadrilha de Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, avisando à população da chegada da milícia. No entanto, segundo informações da Polícia Civil, o comunicado é falso e foi elaborado pelo grupo de Ecko com o objetivo de atribuir a invasão ao grupo rival. Em Conceição de Jacareí, os confrontos entre milícia e tráfico são constantes.

O irmão de Carlinhos foi um dos 31 denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP pelo crime de organização criminosa. Segundo investigação da DH, a milícia coage moradores e comerciantes a pagar por suposta proteção e também explora a venda de botijões de gás , de serviços de TV a cabo (“gatonet”) e de internet de forma ilegal. Eles ainda praticam roubos de automóveis e receptam veículos roubados e clonados. A polícia também descobriu que a quadrilha exigiu o pagamento de uma quantia para que uma cervejaria pudesse circular e fazer entregas na área dominada pelo grupo.

Ainda de acordo com a investigação, a milícia é responsável por espancamentos, sequestros, torturas e homicídios em plena luz do dia e em locais de grande aglomeração de pessoas. Segundo a denúncia do MP, as vítimas são pessoas que teriam se recusado a se submeter às “regras” impostas pela organização criminosa ou que pudessem levar ao conhecimento das autoridades os crimes praticados pelos integrantes do grupo.

A Coordenadoria de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro (CCC-LD) da Polícia Civil abriu inquérito para apurar ainda se a milícia lava dinheiro ilícito lucrado com as práticas criminosas. As contas bancárias de alguns acusados e parentes foram bloqueadas pela Justiça e seus bens, tornados indisponíveis. Segundo informações da polícia, a lavagem de dinheiro ocorre em empresas de terraplanagem e construção. Pelo menos uma transação suspeita, de R$ 5 milhões, foi identificada pelos investigadores.A polícia desconfia que o grupo emita notas fiscais frias de serviços que não foram prestados.

Além dos 20 presos ligados à quadrilha, a polícia conseguiu ainda capturar uma mulher contra a qual havia um mandado de prisão por homicídio. O crime, no entanto, não teria ligação com a milícia.

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