Mortes em confrontos com a polícia são os mesmos de antes das UPPs

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No início da implantação das UPPs, a criminalidade registrou quedas consecutivas

Na manhã desse domingo (5), dois suspeitos foram mortos em operação do Bope no Morro do São Carlos, no Centro do Rio. Os casos se somam aos outros 813 autos de resistência (morte em confronto com a polícia) no Estado do Rio somente nos nove primeiros meses de 2017. O número já é maior do que o registrado anualmente entre 2011 e 2015. Se for mantida a média de 90 casos por mês, o número de autos de resistência neste ano chegará ao patamar pré-UPP, quando eram mais de mil registros por ano.

Os números de autos de resistência no estado começaram a declinar em 2010, pouco mais de um ano após a inauguração da primeira UPP, no Morro Santa Marta. O menor índice foi o de 2013, 416, quando o programa estava em seu auge. No ano passado, os índices começaram a explodir: foram 925 casos, 280 a mais do que em 2015.

A área da 56ª DP (Comendador Soares) ficou no topo do ranking das que tiveram o maior crescimento de casos em 2017: subiu de dois nos nove primeiros meses de 2016 para 29 no mesmo período de 2017. Neste ano, a região que teve o maior número de autos de resistência em números absolutos foi a da 39ª DP (Pavuna), com 62 casos até setembro.

O antropólogo e ex-capitão do Bope Paulo Storani atribui o aumento dos autos de resistência a um recrudescimento da atuação de criminosos no estado, resultado do enfraquecimento do governo do Rio, assolado numa enorme crise financeira.

“Após o auge da pacificação, os criminosos retornaram com o ímpeto de retomar os territórios, o que naturalmente leva aos confrontos. É claro que isso demonstra que o projeto de pacificação não está atendendo aos seus objetivos. Mas há ainda outros fatores, como o fim do sistema de metas”, opina.

 

Angra em quarto lugar no ranking

 

A área da 166ª DP (Angra dos Reis) ocupa o quarto lugar entre as regiões que apresentaram o maior crescimento nos números de autos de resistência no estado. A quantidade registrada aumentou cinco vezes, passando de três em 2016 para 15 em 2017. Todos os casos deste ano foram de mortes de suspeitos em confronto com a PM.

O delegado Bruno Gilaberte, titular da 166ª DP, atribui o crescimento ao aumento da atuação de traficantes no município.

“Aumentaram as operações da PM na região de Angra por conta de uma atividade mais intensa do tráfico, e isso determinou um número maior de confrontos. Se essas mortes foram praticadas em confrontos reais ou se foram execuções, é algo que ainda está sendo investigado”, explica.

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