MP denuncia policiais por executarem jovens no Morro do Dendê

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O Ministério Público denunciou à Justiça dois policiais civis pela execução de dois jovens no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) em maio de 2015. O agente Bruno Guimarães Seródio é acusado de ter dado os dois disparos à curta distância que mataram Gilson da Silva dos Santos, de 13 anos, e Wanderson Jesus Martins, de 24 anos, dentro de uma padaria. De acordo com a denúncia, após o crime, Bruno e Rubem Santos de Figueiredo Junior fraudaram a cena do crime, ao apresentarem, na delegacia, uma mochila com drogas e duas pistolas — que, segundo o MP, não estava com as vítimas.

Bruno foi denunciado por homicídio doloso. Já a dupla vai responder por fraude processual. As principais prova da execução, segundo o MP, são a necrópsia de uma das vítimas e o depoimento de duas testemunhas-chave. O laudo pericial revelou que o tiro que atingiu Gilson na palma de sua mão esquerda produziu uma “orla de tatuagem”, resquícios de pólvora saídos do cano da arma que indicam que o disparo foi dado à curta distância. Para os promotores do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), que assinam a denúncia, o adolescente estava tentando se proteger, com a mão espalmada à frente do corpo, quando foi atingido.

Já os depoimentos de duas mulheres que estavam dentro da padaria no momento da execução desmontaram a versão dada pelos policiais. Segundo o relato dos agentes, as duas teriam sido abordadas em meio à perseguição e os alertado sobre armas que os jovens estariam portando. Localizadas, as duas mulheres negaram terem falado com os agentes e disseram que sequer viram as vítimas entrarem na padaria, pois estavam trancadas na parte interna do imóvel, para se proteger do confronto entre traficantes e policiais que acontecia do lado de fora.

Gilson e Wanderson foram mortos em 19 de maio de 2015, no mesmo dia do assassinato do médico Jaime Gold, esfaqueado na Lagoa. No dia seguinte, o EXTRA pediu na capa: “Só não se esqueçam de Gilson e Wanderson”.

Gilson era estudante e Wanderson trabalhava como carregador. Segundo a denúncia do MP, nenhum dos dois tinha envolvimento com o tráfico de drogas no Dendê.

O MP pediu à Justiça a suspensão do exercício da função policial dos agentes, que permanecem lotados na Core.

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