Além de Taís Araújo, também foram vítimas de crimes racistas na web, Sheron Menezzes e a jornalista Maria Júlio Coutinho, a Maju
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) deflagrou ontem uma operação para prender os autores de ataques racistas pela internet dirigidos à atriz Taís Araújo em sua página no Facebook. Além do Rio de Janeiro, a ação ocorreu em seis estados brasileiros e resultou na prisão de cinco pessoas – quatro com mandados e mais um em flagrante.
O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio, Alessandro Thiers, afirmou, na manhã de ontem, que apenas um grupo foi responsável por ofensas racistas na Internet a Taís Araújo, Maria Júlia Coutinho e Sheron Menezzes. A atriz declarou na mídia :Fico feliz que a Justiça tenha sido feita. Espero que crimes desse tipo, contra qualquer mulher negra, não fiquem impunes”.
A operação aconteceu em sete estados: Rio, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul. A ação tinha como objetivo cumprir quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. “É o mesmo grupo [que ofendeu Taís, Sheron e Majú]. A intenção era chamar atenção. Escolhiam pessoas públicas, com notoriedade e seus integrantes se mobilizavam. Havia um código de conduta, se eles não participassem (das ofensas) eram punidos”, diz o investigador.
Denúncias de racismo
A prática de injúria racial ocorre quando há ofensa à honra de alguém, levando em conta elementos como raça, cor, etnia, religião ou origem. A principal diferença entre a injúria racial e o racismo é que a primeira se dirige contra uma pessoa específica. Já o crime de racismo é dirigido a uma coletividade.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a injúria racial pode gerar prisão “de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la”. O caso de racismo também tem pena que varia entre um e três anos de prisão, mas é inafiançável e o crime não prescreve.
Qualquer situação que se enquadre nas características descritas, seja na internet ou pessoalmente, deve ser denunciada à polícia federal ou no Disque Racismo, no telefone 156.