A operação que a Polícia Militar faz, desde o início da manhã desta terça-feira (30), no Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte do Rio, tem como um dos objetivos buscar pistas dos bandidos que participaram do tiroteio no qual morreu o garçom Samuel Ferreira Coelho, de 24 anos. O jovem foi atingido por uma bala perdida quando servia clientes do bar onde trabalhava, na Rua Conde de Bonfim, também na Tijuca, na noite do último sábado.
Logo após o confronto no qual Samuel foi atingido — e que deixou também uma mulher e dois PMs feridos —, houve uma troca de tiros entre PMs e bandidos no Morro da Formiga. Na ocasião, quatro carros foram recuperados. Existe a possibilidade parte do bando que participou do confronto na Conde de Bonfim tenha se refugiado na comunidade, segundo informações recebidas pelo Setor de Inteligência da PM.
Participam da operação no Morro da Formiga equipes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela e do 6º BPM (Tijuca). Além de checar informações sobre suspeitos de participação na morte de Samuel, os agentes checam denúncias recebidas sobre o tráfico de drogas. Já houve confronto, mas não há notícias de feridos. Também não há informações de prisões ou apreensões.
Ação planejada na véspera
A ação de traficantes que terminou em perseguição e tiroteio com PMs na Tijuca, no último sábado, começou a ser planejada na véspera. Na sexta-feira, criminosos de diversas favelas da região, como Turano, Formiga e Complexo do Lins, saíram das comunidades para roubar os carros que seriam utilizados pelo bando. Os veículos deveriam ser grandes e potentes para que o grupo cumprisse seu objetivo: transportar, segundo a Polícia Civil, comparsas para o Morro do Salgueiro, também na Tijuca.
Segundo a PM, o grupo teria partido do Morro da Formiga. A Polícia Civil, porém, investiga se o bando saiu da Rocinha, na Zona Sul — onde a PM faz cerco atualmente. Durante o trajeto, o grupo foi interceptado, e o destino foi alterado para o Morro da Formiga, mais próximo ao local do tiroteio. Em meio à troca de tiros, o garçom Samuel, que trabalhava no Bar e Café Pinto, foi atingido por um tiro no peito e morreu na hora. Uma câmera de segurança do bar registrou a perseguição.
Uma câmera de segurança do bar registrou a perseguição e outra, os últimos momentos de Samuel, antes de ser baleado, além do pânico e correria entre os clientes do bar.