
Um dia após o comando da PM mudar a corregedoria da corporação, os chefes das seis Delegacias de Polícia Judiciária Militar do estado, responsáveis por investigações de desvios de conduta dos policiais, também foram trocados. Os novos titulares das unidades tiveram seus nomes publicados nessa quinta-feira no boletim da PM. As delegacias são subordinadas à corregedoria, que, agora, é comandada pelo coronel Jorge Fernando de Oliveira Pimenta. O oficial estava à frente do Batalhão de Choque, e sua nomeação provocou polêmica: a tropa que liderava virou alvo de pelo menos 20 denúncias de abusos de poder na Favela da Rocinha.
Dois oficiais que assumiram delegacias são oriundos do mesmo Batalhão de Choque. O major Tales da Costa Borges Junior ficará responsável pela 3ª DPJM, na Baixada Fluminense. Já o major Luiz Felipe Furtado de Oliveira será o diretor da 7ª DPJM, na Região Serrana do Rio.
Quem assumirá as investigações sobre a atuação de novas denúncias do Batalhão de Choque será o tenente-coronel Alessandro Raggio Santos, que estava na Diretoria Geral de Pessoal da Polícia Militar e ficará à frente da 1ª DPJM, no Méier. O oficial, que foi assessor jurídico do comando da PM, é conhecido por ser linha-dura. As denúncias da época em que Pimenta era comandante do Choque serão investigadas pelo Ministério Público.
Já o tenente-coronel Gustavo Medeiros Bastos, que estava lotado na corregedoria da PM, será diretor da 2ªDPJM, em Padre Miguel. Ele foi o responsável pela investigação de dois PMs acusados de terem recebido propina do pai de Rafael de Souza Bussamra, que atropelou e matou o músico Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, em 2010. Roberto Bussamra admitiu que pagou R$ 1 mil aos policiais para evitar a prisão do filho.