Cinco policiais da ativa foram presos. Também houve as prisões de outras três pessoas em flagrante

– Adelmo da Silva Guerini Fernandes (também 2º sargento, mas no 21º BPM);
– Nielsen da Silva Barbosa (3º sargento);
– Leonardo de Oliveira Pelussi (cabo);
– Marcos Paulo Custódio Alves (sargento)
– Mulher denunciada, presa em flagrante;
– Dois homens (que não eram investigados) encontrados no endereço de outro denunciado, com drogas e dinheiro, também com prisões em flagrante
Ao todo são seis mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão. A operação Gogue Magogue foi deflagrada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (Pmerj) e de técnicos da Anatel.
Nessa mesma operação, são cumpridos ainda oito mandados de busca e apreensão contra oito civis denunciados por participação na organização criminosa: Moisés Ubiratan Lopes Peres; Luís César Lima Napoli (vulgo ‘PC’); Antônio Marcos Santos Silva (‘Marquinho’, atualmente foragido da Justiça); Marilena Nascimento Faria; Carlos Renato Nascimento Faria (‘Renatinho’); Cristiano Pereira Gomes; Ygor Rodrigues Santos da Cruz e Kleber Farias de Oliveira Carneiro, responsáveis por atividades como ‘gerenciamento’ dos pontos de mototáxi, repasse de propinas aos policiais dos 18º e 31º Batalhões e emissão de ‘alertas’ sobre operações policiais na região, além de toda a manutenção técnica e cobrança pelos serviços clandestinos de tv a cabo, internet e comercialização de cigarros ilegais.
Quando abordados pela polícia, os mototaxistas fazem contato com membros da milícia e são liberados. Segundo o MP-RJ, os próprios policiais militares presentes na operação assumem a ligação para confirmarem diretamente com o comparsa se o mototaxista detido é, de fato, parceiro do grupo criminoso. A organização uitliza-se de violência e ameaça contra aqueles que, de alguma forma, atrapalham seus interesses, diz o Ministério Público. Telefonemas interceptados revelam que os mototaxistas que deixavam de pagar as taxas impostas pelos milicianos eram sumariamente banidos da região, ameaçados, agredidos fisicamente, ou tinham suas motocicletas arbitrariamente “confiscadas”.
A denúncia apresentada pelo MP-RJ aponta ainda a existência de indícios da prática de invasão de propriedade, grilagem de terras, exploração sexual de menores e lesões corporais contra membros da própria organização criminosa que cometessem erros ou desobedecessem a ordens de superiores. O grupo, por diversas vezes, empregou armas de fogo em sua atuação, bem como contou com funcionários públicos, mais especificamente policiais militares, que se aproveitaram desta condição para viabilizar as práticas criminosas do bando.
Os mandados da operação desta quinta-feira foram expedidos pela Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro, no caso dos policiais militares, e pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital, no caso dos denunciados civis.
Equipes da Corregedoria Geral da Polícia Militar cumpriram, até o momento, quatro mandados de prisão preventiva contra policiais militares. Diligências seguem em andamento e mandados de busca e apreensão também estão sendo cumpridos.
A Polícia Militar disse em nota que não compactua com quaisquer desvios de conduta por parte de seus integrantes, sendo tais situações devidamente responsabilizadas quando comprovadas. Os policiais militares responderão aos possíveis ilícitos pelos quais forem indiciados em processo judicial, sendo respeitado o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório.