
A Polícia Civil do Rio de Janeiro modificou a forma de contabilizar as vítimas de bala perdida no estado. Segundo o chefe de polícia, delegado Fernando Veloso, serão incluídas na estatística aquelas pessoas que forem atingidas por um disparo, mas não eram o alvo do atirador. A proposta inicial era contabilizar apenas os casos nos quais fosse totalmente desconhecida a dinâmica que deu origem ao disparo que atingiu a vítima.
A decisão já foi implementada no sistema da Polícia Civil e está em teste, desde a última quarta-feira (29), em quatro delegacias. A partir de segunda-feira (3), estará disponível em todo o Estado. O policial não poderá finalizar o registro sem preencher essa informação.
O Instituto de Segurança Pública (ISP) é o responsável por coletar esses dados e fazer as estatísticas. Desde 2007, o órgão contabilizava apenas os casos nos quais houvesse o termo “bala perdida” no campo “dinâmica do fato” do registro.
Para a presidente do ISP, Joana Monteiro, a preocupação do Instituto era não criar um conceito confuso. “Nós concordamos com a colocação de que o conceito (inicialmente proposto) não iria atender a demanda da sociedade. Nosso medo era criar um conceito confuso ou subjetivo demais, mas acredito que agora temos uma regra clara e que vai nos trazer um número confiável”, disse ela.
De acordo com Fernando Veloso, para contabilizar as vítimas de bala perdida, foi criado um campo, nos registros de ocorrência de homicídio, lesão corporal por projétil de arma de fogo e roubo seguido de morte (e também nas formas tentadas dos crimes) para que o policial assinale se a vítima era ou não alvo dos disparos. Os policiais vão trabalhar com as informações hipotéticas, que existirem no momento em que o registro é feito.