
Duas semanas. Este é o prazo determinado pelo governo de Porto de Alegre para que a cidade retorne a normalidade. Na noite de sexta-feira (29), a capital gaúcha foi atingida por uma tempestade, a mais intensa das últimas décadas, causada pelo forte calor (que chegou a 39,3°C naquele dia), segundo o Sistema de Vigilância Meteorológica. Os ventos chegaram a 119,5 quilômetros por hora e pelo menos, 300 árvores de grande porte foram derrubadas, danificando a rede de energia e bloqueando ruas. Mais de 340 pessoas ficaram sem energia elétrica e água no estado, 90% deles na capital.
Depois de enfrentar uma das maiores tempestades de sua história recente, a cidade iniciou a semana longe da normalidade, com a perspectiva de mais transtornos pela frente. Na manhã de ontem, mais de 30 vias ainda estavam bloqueadas, 34 semáforos permaneciam fora de operação e 20 mil pontos seguiam sem luz, sem contar a quantidade de galhos, árvores e entulhos espalhados por todos os lugares, apesar dos esforços das equipes de limpeza.
Após uma reunião no Centro Integrado de Comando da Capital, o prefeito de Porto, Alegre Sebastião Melo, detalhou os próximos passos da força-tarefa criada para enfrentar o caos. “A prioridade número um é botar água e energia em toda a cidade”. A prioridade número dois é desobstruir as vias, mas não vamos conseguir limpar nem segunda, nem terça, nem quarta-feira. Eu diria que vamos levar, pelo menos, 15 dias – disse.
As seis estações de tratamento de água do sistema de abastecimento de Porto Alegre estão funcionando integralmente desde a noite de domingo (31), informou o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Entretanto, não é possível prever quando a água chegará às residências, pois há variáveis no trajeto até as residências, como ar e vazamento nos canos.
Ontem de manhã, vários bombeamentos ainda estavam desligados, por causa da falta de energia e do baixo nível de água, nas zonas norte, leste, sul e extremo sul da cidade. A orientação das secretarias de Saúde estadual e municipal é que as emergências dos hospitais de Porto Alegre devem, se possível, ser evitadas hoje, para que as instituições concluam os trabalhos de recuperação dos danos causados pela tempestade. O atendimento pode ser buscado nas unidades básicas de Saúde e unidades de Pronto-Atendimento.