
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), o ministro dos Negócios Estrangeiros francês Laurent Fabius, apresentou ontem o primeiro esboço do acordo sobre a redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE), elaborado pelos 14 ministros que moderam as negociações. “Devemos ter duas longas noites de trabalho”, reconheceu Laurent Fabius. Ele espera ter, na amanhã (11) pela manhã, “um acordo legalmente vinculativo, ambicioso e equilibrado” para ser aprovado na parte da tarde.
Fabius reconheceu que o esboço continua a não resolver os três principais pontos de discórdia da negociação, que são: a diferenciação entre países ricos e pobres, no que diz respeito a assumir responsabilidades de redução de emissões; a ambição do futuro acordo e a transferência financeira para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, nos países em desenvolvimento.
“Temos feito progressos, mas ainda falta muito trabalho nas próximas 48 horas”, disse o presidente da COP21 sobre o texto do acordo que, desde sábado, passou de 48 para 29 páginas, das quais 14 se relacionam ao acordo em si e 15 a uma decisão que o viabiliza. “Em vários pontos estamos quase no final dos nossos esforços graças ao trabalho das partes”, disse Fabius. O texto reflete os compromissos que estão surgindo na reta final da negociação e, para o ministro francês agora é necessário concentrar-se “nas principais perguntas sem resposta”.
Nesta fase do trabalho, as questões em aberto são as mesmas que as do início da negociação e, com isso, o documento ainda não está fechado quanto a que países terão responsabilidades obrigatórias de redução de emissões de GEE, bem como de financiamento da adaptação nos países em desenvolvimento. “Devemos ter duas longas noites de trabalho”, reconheceu Laurent Fabius.
Representantes de 195 países participam da Conferência do Clima, em Paris, prevista para terminar na sexta-feira. O objetivo é chegar a um acordo que reduza as emissões de gases de efeito de estufa, principais responsáveis pelas mudanças do clima que levaram à ocorrência mais frequentes de fenômenos extremos, como ondas de calor, secas ou cheias, e a elevação do nível do mar.