
Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), através da Cicca (Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais), em operação conjunta com a Polícia Ambiental, realizou mais uma operação na madrugada de ontem para combater a pesca predatória e o comércio ilegal de sardinha no período de defeso. O defeso da sardinella brasiliensis na Região Sudeste é dividido em dois períodos. No inverno, ele começa no dia 15 de junho e vai até 31 de julho. O objetivo é permitir a reprodução da espécie. Já durante no verão, vai de 1º de novembro a 15 de fevereiro e é feito para possibilitar o crescimento do pescado até o tamanho ideal para captura.
Juscelino da Silva, de 56 anos, Jorge Ribeiro, de 62 anos, e Oswaldo Carlos da Silva Menezes, de 63 anos, foram detidos em flagrante comercializando 150 quilos de sardinha, que foram apreendidas. Eles foram encaminhados à 76 ª DP (Niterói) e autuados. A pena de detenção pode variar de um a três anos, com multa de R$ 700, com acréscimo de R$ 10 por quilo de pescado apreendido.
O pescado apreendido será doado para a faculdade de veterinária Estácio de Sá, em Vargem Pequena. Ela é o único centro de reabilitação do estado apto a receber pinguins resgatados nas praias do Rio de Janeiro, recebendo cerca de 1.600 animais por ano. Os pinguins saem da Patagônia Argentina ainda muito jovens e vêm para no Brasil geralmente nesta época do ano (de julho a setembro).
Segundo o coordenador da Cicca, coronel José Maurício Padrone, os pinguins aparecem nas praias do Rio de Janeiro bastante debilitados, passam fome pelo caminho, chegam muito magros, hipotérmicos e desidratados. Durante o processo de recuperação, eles comem muito, cerca de um quilo por dia e é fundamental que o peixe utilizado na alimentação seja muito rico em gordura, como é o caso da sardinha.
O Centro de reabilitação da faculdade Estácio de Sá trabalha com animais de vida livre, sempre com o objetivo de recuperar os animais para devolver ao seu ambiente selvagem natural e é um centro que não tem fins lucrativos.