
Foto: Pablo Vergara
A Secretaria Estadual de Educação deve entrar com um pedido de reintegração de posse do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro. A escola está ocupada há mais de uma semana por alunos que apoiam a greve dos profissionais de educação, parados desde 2 de março.
Segundo a Secretaria de Educação, a escola está sendo ocupada por cerca de 100 pessoas, entre alunos da unidade, universitários e representantes de movimentos sociais. Ainda de acordo com a secretaria, a ocupação está impedindo que 2.300 alunos tenham acesso à educação e que professores tenham direito ao livre exercício da profissão.
Segundo o aluno do 3° ano do Ensino Médio, Michel Policeno, o colégio foi o primeiro a ir às ruas em apoio ao movimento grevista dos professores, iniciado no dia 2 de março. “Essa é uma pauta de toda a sociedade. No começo, alguns alunos e professores pensavam que a ocupação era por baderna, para não estudar. Hoje, contamos com o apoio de todos aqui, pois perceberam que esse é um assunto de todos. Nosso ensino está sofrendo muito descaso. Estamos lutando por um sistema de qualidade, que forme cidadãos. Isso tem que ser frisado.”
Policeno disse que o colégio é considerado pela Secretaria Estadual de Educação como colégio modelo, o que, segundo ele, é apenas “maquiagem”. “Quem chega na frente da escola, de fato pensa que é uma maravilha. Nada disso. É tudo maquiagem. Temos laboratórios que seriam muito úteis, mas que não são usados por falta de manutenção do governo. Alguns professores já desmaiaram em sala de aula por conta da falta de aparelhos de ar condicionado, já que o calor é intenso. Os poucos que funcionam não operam com 100% da sua capacidade. Essa história de colégio a ser seguido é pura fachada”, disse.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) se manifestou favorável à ocupação dos alunos no Colégio Mendes de Moraes. Em nota, a entidade classifica o ato como “corajoso”. “Os estudantes, de forma ordeira e pacífica, ocuparam a escola e, com tal ato de coragem, demonstraram sua indignação com o atual estado de penúria e degradação da educação pública no nosso estado, situação para a qual nós, profissionais de educação e dirigentes do sindicato, há muito vimos alertando e denunciando.”