Segurança Pública do Rio tem novo secretário após saída de Beltrame

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 Pezão confirmou que José Mariano Beltrame pediu para deixar o cargo Foto: Agência Brasil
Pezão confirmou que José Mariano Beltrame pediu para deixar o cargo
Foto: Agência Brasil

A onda de violência no Estado do Rio de Janeiro atingiu a cúpula da Secretaria de Segurança Pública. Ontem, o governo estadual confirmou que o secretário José Mariano Beltrame, deixará o cargo após quase dez anos à frente da pasta. Sua saída está prevista para depois do segundo turno das eleições. Beltrame foi quem pediu demissão, segundo o governo, e seu substituto será Roberto Sá, que já ocupava o cargo de subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da própria Seseg. Ele deve tomar posse na próxima segunda-feira. No cargo desde janeiro de 2007, Beltrame foi responsável pela implantação do projeto de Polícia Pacificadora, que instalou UPPs nas principais favelas, como Rocinha, Alemão e Providência. Ele pediu a exoneração na noite de segunda-feira logo após intenso confronto que levou pânico aos moradores de Copacabana, na Zona Sul, durante operação na comunidade do Pavão-Pavãozinho. Três suspeitos morreram e oito foram presos. Assim como o próprio Beltrame, Antônio Roberto Cesário de Sá é delegado da Polícia Federal.
Horas antes da assessoria do governo confirmar a saída de Beltrame, o governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse ontem de manhã, que pretendia pedir ao secretário para que ele fique na pasta até o fim de sua gestão, em 31 de dezembro de 2018. Pezão frisou que Beltrame está cansado e, por isso, não poderia exigir a permanência dele no cargo. “Eu não tive a oportunidade de falar com ele. Se eu tiver a oportunidade, vou pedir para ele que fique até o fim do governo. Agora eu também não posso exigir que uma pessoa que está há 10 anos à frente da segurança pública continue. Eu me preocupo muito, porque ele está cansado”, lembrou o governador antes de anunciar o novo secretário.
Pezão afirmou ainda que em novembro, quando voltará da licença médica, iria ter uma conversa com Beltrame. “Ele respeitou muito a minha doença. Ele falou: ‘Pezão, eu vou esperar você voltar para a gente conversar’. E eu volto em novembro”, afirmou Pezão.
Para especialistas em segurança pública, como o coronel Paulo César Lopes, o ‘mão de ferro’, que já comandou batalhões da Baixada, disse que Beltrame falhou em seu planejamento. “Apropriou-se de um plano de operações de ocupação territorial desenvolvido no meu comando e aplicado com eficácia nas comunidades Metral, Batam e Cidade de Deus e criou uma corruptela rotulando-a de UPP, alterando o conceito original de emprego, para o de polícia comunitária. Empregou, sem qualquer planejamento, de forma açodada e desastrosa, policiais mal selecionados, mal formados, bizonhos e comandados por capitães inexperientes num teatro de operações de guerrilha”, criticou Lopes.
Ainda segundo ele, as consequências foram notórias. “Desperdício de recursos e vidas de PM ceifadas por absoluto desconhecimento de polícia de segurança. Deveria ser responsabilizado por sua atuação catastrófica. O tempo se incumbiu de demonstrar sua incompetência. O mais lamentável é o legado de sua administração, que classifico como perdulária, pelo desperdício de recursos, tumultuária, em razão da falta de harmonia na conjugação de forças visando a manutenção da ordem pública e, sobretudo anárquica. Sai desgastado e desmoralizado”, disparou.
Gaúcho, José Mariano Beltrame ingressou na Polícia Federal em 1981. Antes de ser nomeado secretário de Segurança, ele foi coordenador da Missão Suporte, chefe do Serviço de Inteligência e da Interpol na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

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