Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento termina hoje no Rio

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova visitou o Museu do Índio antes do seminário  Foto: Agência Brasil
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova visitou o Museu do Índio antes do seminário
Foto: Agência Brasil

Termina hoje o Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento, no Cine Odeon, na Cinelândia, Centro do Rio. O evento faz parte das comemorações dos 70 anos da UNESCO, responsável pela iniciativa ao lado do Ministério da Cultura, e destaca os dez anos da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais.
A finalidade do seminário é tratar temas como diversidade cultural, economia da cultura e comunicação e participação social. O ministro da Cultura Juca Ferreira participou na noite da última segunda-feira (21) da cerimônia de abertura e explicou que a cultura tem particularidades que precisam de um gerenciamento próprio e que a pasta não se fortaleceria se fosse fundida com a da Educação. “Sob o ponto de vista gerencial e administrativo, é importante que funcionem separados, porque têm as tecnologias de patrimônio, as tecnologias de museus, toda a vida do mundo artístico que precisa ser agilizada e as questões do campo da cultura popular. Se você funde, reduz a capacidade do Estado de tratar com a profundidade que a área cultural merece. Eu não acredito e não recomendo que se leve adiante essa ideia”, disse.
Juca citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que demonstram a distância que os brasileiros ainda têm dos equipamentos e instrumentos culturais. “Os dados detectados pelo IBGE e pelo Ipea é que pouco mais de 5% dos brasileiros entraram alguma vez em um museu, só 13% vão ao cinema e (os brasileiros leem) só 1,7 livro per capita por ano”.
De acordo com o ministro, o país tem um deficit grande nessa área e que é preciso avançar muito, porque a cultura qualifica as relações sociais, permite a vida democrática, pois educa as pessoas a conviverem com o outro e não transformarem diferença em ódio. “Ela tem um papel de articular todas as outras dimensões da vida pública”, afirmou.

 

Representante da Unesco no Museu do Índio

O líder da nação kayapó, Akiaboro,falou com o Ministro Juca e Irina Bokova Foto: Agência Brasil
O líder da nação kayapó, Akiaboro,falou com o Ministro Juca e Irina Bokova
Foto: Agência Brasil

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Irina Bokova, também participo do Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento. Ela fez a palestra de abertura do evento.
Antes do seminário, Irina Bokova visitou o Museu do Índio, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e apreciou a exposição “No caminho da miçanga — um mundo que se faz de contas”. Na oportunidade, ela entregou a representantes de etnias indígenas material produzido pelo Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas, uma parceria entre a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Museu do Índio e a UNESCO no Brasil.
Lideranças indígenas receberam os kits do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas com o objetivo de formar pesquisadores indígenas e não indígenas, além de criar arquivos digitais e centros de documentação nas aldeias e no museu.
O material será distribuído para as comunidades e escolas indígenas, como fonte de pesquisa e aprendizagem. O trabalho de registro e salvaguarda do patrimônio cultural indígena durou sete anos e envolveu 30 mil indígenas de 35 etnias e 14 estados. Trabalharam no projeto 200 pesquisadores, que fizeram 331 oficinas e produziram 70 mil fotografias digitais, 1,6 mil horas de filmagem e 425 horas de gravações em áudio. O produto final rendeu 32 filmes, 42 publicações, 14 dossiês linguísticos, 30 galerias virtuais e 25 exposições temporárias.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora de linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Bruna Franchetto, ainda são faladas no Brasil cerca de 160 línguas indígenas, mas 20% “estão agonizando”, já que não são mais passadas de uma geração para outra.
Líder da nação kayapó, Akiaboro Kayapó, de Moikaraku, no Pará, considera o projeto importante: “São os próprios índios que estão fazendo [a pesquisa], para nós preservarmos nossa tradição, a língua, essas coisas todas. Um pouco [do material] vai ficar guardado aqui e um pouco vai para as aldeias, para os jovens aprenderem a dança, a língua, como escrever”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!