A campanha eleitoral este ano no Brasil vai ganhar um novo instrumento de financiamento de candidaturas conhecido como crowdfunding (expressão que, em inglês, significa ‘financiamento de multidão’, ou, em outras palavras, ‘vaquinha virtual’). Isso quer dizer que a campanha eleitoral de um candidato pode ser financiada por eleitores, través da conhecida “vaquinha”.
Esse foi o modelo de financiamento eleitoral utilizado pelo ex-presidente norte-americano Barack Obama, em 2008, nos Estados Unidos, que agora chega ao nosso país, autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e passa a valer para as eleições de 7 de outro próximo. Obama arrecadou aproximadamente US$ 750 milhões em doações e repetiu a estratégia em para sua reeleição em 2012. No Brasil, os sócios de plataformas e responsáveis pelas startups de serviços financeiros aprovados para prestar o serviço no Brasil estão otimistas.
Para o diretor de Marketing do Vakinha, Cristiano Meditsch, o impulso se dará quando pré-candidatos de partidos tradicionais aderirem ao sistema e quando mais eleitores tomarem consciência de que o financiamento aumenta sua participação no resultado final das eleições. “Quando o eleitor entender que está em suas mãos a mudança na política, este tipo de ferramenta começará a ser mais relevante e será benéfico para a democracia”, disse.
Luciano Antunes, CEO do OkPago, disse que a expectativa é arrecadar R$ 20 milhões até a primeira quinzena de agosto. Segundo ele, com o término da Copa do Mundo, o financiamento participativo vai ganhar mais espaço e atenção da população. Mesmo com o início da arrecadação, o repasse dos valores aos pré-candidatos só poderão ocorrer quando todos os requisitos definidos na norma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estiverem cumpridos, entre eles o registro de candidatura, a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a abertura de conta bancária específica para registro da movimentação financeira de campanha.
Capacitação
A advogada Juliana Lacerda, da Agência Eleitoral, afirmou que o momento é de divulgação e capacitação dos pré-candidatos para que possam utilizar as plataformas de arrecadação, desconhecidas pela maioria. “Neste primeiro momento estamos oferecendo um trabalho de marketing político para os pré-candidatos para depois avançar no financiamento”, disse
Segundo a advogada, a plataforma optou por essa estratégia para tentar dar mais segurança aos candidatos que não estão familiarizados com o modelo. “Os políticos estão habituados a pedir votos, mas não sabem pedir recursos”, afirmou. O receio de alguns políticos, de lidar com as plataformas de vaquinha virtual, pode contaminar partidos inteiros. Legendas importantes já decidiram que não vão aderir ao novo modelo, afirmou a advogada, sem citar nomes.
