
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL) xingou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “filho da puta”. O palavrão foi sussurrado durante o pronunciamento de Collor na quarta-feira (5), na tribuna do Senado. Ele se defendia das acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido R$ 26 milhões em propina em esquema de corrupção na Petrobras.
“As empresas têm contrato social, estão devidamente registradas na junta comercial, têm suas atividades de acordo com o que define a legislação. Se existem parcelas em atraso é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atrasos se devem a recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames. Filho da puta”, disse em referência ao procurador-geral.
Collor acusou Janot de usar o vazamento de informações sigilosas da investigação como “estratégia ardilosa” para permanecer no cargo. Janot foi o candidato mais votado pelos procuradores na quarta para permanecer no cargo por mais dois anos.

A lista da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) foi enviada para a presidente Dilma Rousseff, que deve indicar ao Congresso quem vai assumir o cargo. Mas ela não é obrigada a escolher um dos nomes indicados pela entidade, apesar disso ter acontecido nos últimos anos, desde o governo de Lula.
O nome escolhido por Dilma ainda passará por sabatina e votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Dos 27 membros da comissão, oito são investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção identificado na operação Lava Jato. Caso o candidato seja aprovado na comissão, seu nome será analisado pelo plenário da Casa, onde precisa receber pelo menos 41 votos.
Janot tem sido criticado e é alvo de ameaças de retaliações por parte de congressistas que são investigados na operação Lava Jato.