Dilma diz que nenhum indício a envolve na Lava Jato

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Afirmação foi feita durante entrevista a uma emissora de televisão francesa: "Eu não tenho nada a ver”   Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Afirmação foi feita durante entrevista a uma emissora de televisão francesa: “Eu não tenho nada a ver”
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista a uma emissora de televisão francesa que vai lutar “até o fim” para mostrar que não tem envolvimento com o esquema de desvios na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. À France 24, Dilma disse que é “impossível” que esteja envolvida nas denúncias e defendeu que o esquema não deve ser tratado como “escândalo da Petrobras” e, sim, como “escândalo de determinados funcionários da Petrobras”.
Durante a entrevista ao canal de notícias francês, exibida ontem, a presidente foi questionada sobre a hipótese de a investigação chegar à conclusão de que ela sabia ou estava envolvida no esquema. Então, o jornalista francês questiona se, nesse cenário, a presidente estaria disposta a encarar todas as consequências. “Eu não estou ligada. Eu não respondo a essa questão, porque eu não estou ligada. E eu sei que não estou ligada”, disse. “É impossível. Eu lutarei até o fim para mostrar que não estou ligada. Eu sei o que eu faço. Eu tenho uma história por trás de mim nesse sentido. Não é questão de ‘se’. Eu não estou ligada”, completou.
Dilma disse ainda que há tratamento diferente entre a relação das empresas envolvidas no esquema com o Partido dos Trabalhadores e os demais grupos políticos. Segundo Dilma, “todos as campanhas” feitas no Brasil têm contribuição das companhias citadas. “E por que só a minha foi destacada?”, questionou a presidente. “Estão tentando envolver a minha campanha”, disse e complementou: “Não existe nenhum indício que o prove. Não só em 2010, mas também em 2014. Todos os candidatos que concorreram comigo receberam dinheiro dessas empresas de forma legal”.
A presidente afirmou ainda que pessoas que estão presas por envolvimento no esquema foram demitidas no início de 2012. Dilma fez referência a ex-gestores da Petrobras, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços). Além deles estão envolvidos ainda o ex-diretor Nestor Cerveró (Internacional), preso em Curitiba, e o ex-gerente da diretoria de Serviços Pedro Barusco, um dos delatores do esquema.
“A Petrobras tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos. O escândalo não é o escândalo da Petrobrss, é de determinados funcionários de alto nível da Petrobras”, afirmou a presidente. Dilma citou que o escândalo diz respeito a funcionários da estatal que se articularam com empresas e partidos para obter vantagens. Esse problema, emendou, não afeta necessariamente todas as empresas, nem todos os partidos ou todos os integrantes dos partidos.
A entrevista foi concedida em razão dos preparativos da reunião de cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizado entre estas quarta e quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica.
Questionada sobre se “assumiria suas responsabilidades” – uma expressão que em francês equivale a “demitir-se” – caso seja provado seu eventual envolvimento em corrupção. Dilma se mostrou irritada e protestou. “Eu não tenho nada a ver. Eu não respondo a essa questão porque sei que não tenho nada a ver”, afirmou.

Cardozo diz que há ‘muita especulação’

Ministro Cardozo: "Acho que esse tipo de situação por óbvio não traz nada"
Ministro Cardozo: “Acho que esse tipo de situação por óbvio não traz nada”

Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que “há muita especulação” sobre o encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato, às vésperas da compra da refinaria de Pasadena pela estatal, em 2006. Na ocasião, o Conselho de Administração da Petrobras era chefiado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.
“Nessa hora há muita especulação que não leva a nada”, disse o ministro, minimizando o impacto do encontro no rumo das investigações. “Acho que esse tipo de situação por óbvio não traz nada”, respondeu Cardozo a ser questionado sobre o tema durante lançamento de uma consulta pública sobre corrupção.
Em matéria publicada sábado, 6, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou documento que revela encontro de Lula com Paulo Roberto Costa em Brasília, 31 dias antes de a Petrobras efetuar a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A compra da refinaria é alvo de investigações e provocou um prejuízo de R$ 792 milhões aos cofres públicos, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).

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