
O interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou por volta da 16h20 de ontem (13). Ele falou durante pouco mais de duas horas ao juiz Sergio Moro. Este foi o segundo interrogatório de Lula feito por Moro.
O novo depoimento referiu-se à acusação de que o ex-presidente recebeu também propina da Odebrecht. O empresário Marcelo Odebrecht diz ter usado a conta de propina que a empresa mantinha com o PT para adquirir um imóvel destinado a abrigar a sede do Instituto Lula. Além disso, teria repassado valor para pagar uma cobertura vizinha à de Lula. Quando era presidente, Lula ocupou o apartamento vizinho. Ele alegou que o fez por motivos de segurança. Quando deixou o cargo, em 2011, manteve o uso do apartamento, que foi adquirido por Glaucos Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai.
O depoimento de Marcelo Odebrecht, que firmou acordo de delação com a Procuradoria Geral da República (PGR), foi confirmado pelo ex-ministro Antonio Palocci.
Palocci confirmou que o imóvel era destinado ao Instituto Lula e que o ex-presidente desistiu de aceitar o prédio depois de uma reunião em que ele questionou o negócio. Teriam participado do encontro Bumlai e o advogado Roberto Teixeira, que intermediou o negócio.
Logo no início do interrogatório, Lula afirmou que queria falar. Na condição de réu, ele poderia optar por ficar em silêncio. “Apesar de entender que o processo é ilegítimo e injusto, eu pretendo falar. Talvez eu seja a pessoa que mais queira a verdade neste processo”, afirmou o ex-presidente.
>> A recepção – Antes de entrar no prédio, Lula caminhou por entre manifestantes e militantes de movimentos sociais. A Secretaria de Segurança do Paraná montou um esquema de segurança na expectativa de que ao menos 5 mil manifestantes fossem a Curitiba em cerca de 50 ônibus para apoiar o ex-presidente.
O bloqueio das ruas na área em torno da sede da Justiça Federal começou por volta das 9h30 a uma distância de duas quadras do edifício onde ocorre a audiência. Cerca de mil policiais militares, além de membros de outros órgãos, foram destacados para trabalhar na segurança no local. (JB On Line)