Fase internacional da Lava Jato: operador de Zelada (PMDB) é preso em Lisboa

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Raul Schmidt Felipe Junior é acusado de pagar propinas a ex-dirtores da Petrobras
Raul Schmidt Felipe Junior é acusado de pagar propinas a ex-dirtores da Petrobras

A nova etapa da Operação Lava Jato deflagrou, na madrugada de ontem, sua primeira fase internacional em Lisboa, Portugal. A 25ª fase cumpre mandados de busca e apreensão e prisão preventiva de Raul Schmidt Felipe Junior, tido como operador de propina de Jorge Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Zelada foi indicado para a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados para o cargo e é considerado um afilhado do presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que conduz o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Em sua delação, o senador Delcídio Amaral disse que o vice-presidente Michel Temer(PMDB) estava muito preocupado com Zelada, o que o vice nega.

Segundo a Procuradoria, Raul Schmidt Felipe Junior é investigado pelo pagamento de propinas aos ex-diretores da estatal petrolífera Renato de Souza Duque (Serviços), Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada (ambos da área Internacional).
Raul é investigado pela Lava Jato desde a 10ª fase e tido como sócio de Jorge Zelada. O compartilhamento de provas colhidas hoje auxiliarão os trabalhos desenvolvidos pela equipe da Lava Jato no Brasil.

Os três ex-diretores da Petrobras estão presos em Curitiba, base da Lava Jato, pela participação no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa instalado na Petrobras. Em nota, o MPF (Ministério Público Federal) informou que Raul Schmidt Felipe Junior estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado.”Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobrás, ele também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobrás”, diz a nota.

Jorge Zelada é considerado um afilhado do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Jorge Zelada é considerado um afilhado do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB)
Foto: José Cruz/ Agência Brasil

A deflagração da operação foi um trabalho conjunto entre Portugal e Brasil. De acordo com a Procuradoria, o cumprimento das medidas foi feito pela polícia judiciária portuguesa e pelo Ministério Público português. Autoridades brasileiras do MPF e da PF (Polícia Federal) acompanharam as diligências.
Cumpridas as medidas cautelares, o Brasil dará início ao processo de extradição. Enquanto isso, o investigado permanecerá preso em Portugal. “Raul Schmidt é brasileiro e também possui naturalidade portuguesa. O investigado vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, e se mudou para Portugal após o início da Operação Lava Jato, em virtude da dupla nacionalidade”, informou o Ministério Público Federal.

Há 10 anos que o Raul Schmidt vivia fora do Brasil, segundo a carta que o seu advogado divulgou em julho do ano passado. Raul Schmidt tinha uma galeria de arte em Londres e uma casa em Lisboa, onde foi detido esta manhã. O apartamento onde as autoridades encontraram Raul Schmidt foi classificado de luxo pelo Ministério Público Federal, que o avaliou em três milhões de euros, mas estava registado numa offshore da Nova Zelândia.

Schmidt

Ex-funcionário da Petrobras, Raul Schmidt fez carreira na área internacional da estatal. Entre 1994 e 1997, foi gerente da Braspetro em Angola, antes de ir para a iniciativa privada. Desde 2007, atua na intermediação de negócios de fornecedores da Petrobras. Ele vive em Londres, mas tem imóveis e empresas no Rio, em Genebra e Paris.
De acordo com o Ministério Público de Mônaco, um executivo do banco Julius Baer informou que Zelada e Schmidt são “amigos de longa data” e foram proprietários de um apartamento entre 2012 e 2013. O ex-diretor teria comprado a parte do consultor no imóvel. No mesmo período, extratos mostram que Zelada transferiu € 809 mil (R$ 2,8 milhões) para Schmidt.

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