Grupo invade aula de Revolução Russa na Uerj e pede volta de ditadura militar

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Segurança da universidade foi acionada por alunos e professores que participavam de evento de História

Um grupo invadiu, na última quarta (25), evento acadêmico sobre os 100 anos da Revolução Russa, que estava sendo realizado na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) pelo Programa de Pós-Graduação em História, no Maracanã, para fazer ameaça a professores e alunos e pedir a volta da ditadura militar no Brasil.
Em nota divulgada nas redes sociais, a comissão organizadora do evento afirma que o grupo estava à paisana, vestindo camisas em alusão ao militarismo, com bonés e escondendo os rostos nas fotos, ao mesmo tempo em que eles mesmos filmavam as pessoas presentes na aula e tiravam fotos.
Ainda segundo relato da organização do evento, durante a Conferência da Professora Titular em História Teresa Toríbio Brittes Lemos, especialista em América Latina, um deles levantou a voz e gritou “a senhora é comunista”.
“Visivelmente alterados e com gestos de intimidação, o grupo tentou tumultuar o evento. A segurança foi acionada e dezenas de estudantes que estavam em salas e nos corredores correram para o local, em solidariedade ao evento. Um professor da História levou a turma inteira ao local para reforçar a luta da Universidade contra aqueles vândalos. A Uerj resistiu e enfrentou os fascistas neoliberais”, afirma o comunicado.
Em relato ao Jornal do Brasil, o professor do programa de pós-graduação em História da instituição André Azevedo afirmou que a docente e os organizadores do evento foram insultados. Ainda segundo o professor, o ato de censura e ameaças do grupo inviabilizou o encerramento do evento.
“A Uerj foi tratada como ‘antro de comunistas’ no dizer desses criminosos. Balançando uma bandeira do infausto movimento desses arruaceiros e com gritos de acusação, conseguiram inviabilizar um evento acadêmico e intelectual da maior importância organizado por historiadores vinculados à Uerj. Não satisfeitos, postaram vídeos em algumas instâncias da internet, se vangloriando do ato bárbaro que propenderam contra a comunidade de historiadores da Uerj que, repito, inviabilizou o encerramento do evento”, contou André Azevedo.

Trecho do comunicado divulgado pela organização do evento

“Consideramos graves os fatos, cujo objetivo é disseminar o ódio e a intolerância. Essas pessoas comportam-se como marginais, buscando, com métodos de intimidação, desencorajar iniciativas de debates ou reflexões sobre temas que talvez nem conheçam. O que ocorreu na UERJ no dia 25 de outubro, data marcante da Revolução de Outubro, é uma prova de que o totalitarismo bate à porta novamente. Não admitiremos essas práticas na sociedade, ainda mais dentro da Universidade que é o espaço do debate e da construção do pensamento crítico e autônomo. Essa atitude é um exemplo do que significou o regime ditatorial, persecutório e covarde. Temos certeza de que há militares que não comungam das mesmas ideias e práticas dessa camarilha insana. As Forças Armadas não são homogêneas, tal como não é a sociedade. Tomaremos as providências necessárias para que essas práticas não se repitam e os indivíduos sejam devidamente responsabilizados. Continuaremos realizando debates e conferências com intuito de estudar e compreender melhor as questões mundiais, sob os mais diversos matizes conceituais. Recusamos qualquer tipo de censura à Universidade e ao pensamento crítico”, diz outro trecho do comunicado sobre o ocorrido.”

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