Indicado para a presidência da Petrobrás logo após a primeira votação do processo de impeachment na Câmara, em maio, Pedro Parente avalia que o País vive uma “batalha ideológica” e defendeu sua “legitimidade” à frente da estatal. O executivo diz que sua gestão tenta “consertar” os problemas criados “por esse pessoal que fica falando de golpe”. Ele ainda destacou que as operações da Polícia Federal sobre os investimentos da Petros, fundo de pensão da Petrobrás, indicam que os recursos eram geridos pelo interesse de “outras pessoas ou entidades” que não os petroleiros.
“Nosso programa de desinvestimentos e parcerias é absolutamente fundamental para consertar a empresa dos problemas que esse pessoal que hoje fica falando de ‘golpe’ criou quando indicaram a gestão que promoveu aquela roubalheira”, afirmou Parente em entrevista ao Estadão.
Parente defendeu a legitimidade do processo de impeachment, que ofereceu à presidente deposta um “amplo direito de defesa”. O executivo ainda destacou que o processo não afetou as negociações da companhia no exterior, após suas viagens para China e Noruega nas últimas semanas.
“Houve amplo direito de defesa em um tribunal presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Nada disso indica que houve o que se diz que foi um ‘golpe’. Nessas minhas andanças ninguém fez referência a isso. Pelo contrário, fui muito bem recebido, com deferência, representando reconhecimento da minha legitimidade para atuar como presidente da Petrobrás”, pontuou.
Sobre a Petros, o executivo indicou que está “com holofote e absoluta atenção” no fundo após a Operação Greenfield, deflagrada pela Polícia Federal na última semana. “Estamos fazendo de tudo para que o problema não aconteça novamente e para a Petros ser gerenciada com a responsabilidade de cuidar do dinheiro dos empregados da empresa”, disse.
Ele citou as alterações realizadas em sua gestão na governança da empresa. “Já mudamos o conselho, com três diretores da empresa. Acabamos de mudar o presidente. Está lá o Walter Mendes, uma pessoa do mercado financeiro, com grande experiência, que vai trabalhar para que a gente possa garantir que a Petros será gerida no melhor interesse dos petroleiros e não no interesse de outras pessoas e entidades, como aconteceu no passado”, frisou. (AE)
