PF prende líder do Governo no Senado

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Senador foi flagrado em áudio tentando evitar que seu nome e o do banqueiro André Esteves fossem citados por Cerveró Foto: André Dusek/Estadão
Senador foi flagrado em áudio tentando evitar que seu nome e o do banqueiro André Esteves fossem citados por Cerveró
Foto: André Dusek/Estadão

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal a deflagrar uma operação ontem, que levou a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo Dilma, investigado pela Operação Lava Jato. O parlamentar teria sido flagrado na tentativa de prejudicar as investigações em uma tentativa de destruir provas contra ele.
Também foram presos o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do Delcidio do Amaral, e o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, preso na Lava Jato desde o ano passado.
Esta é a primeira vez que um senador com mandato em exercício é preso. A PF também fez busca e apreensão no gabinete do petista, no Senado, em Brasília, e nos estados do Rio, de São Paulo e de Mato Grosso do Sul.
A prisão de Delcídio é resultado de uma operação deflagrada hoje pela Polícia Federal, que também tem como alvo, empresários. As ações foram autorizadas pelo Supremo. Não se trata de uma fase da Lava Jato tocada em Curitiba, na Primeira instância.
O senador foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, mesmo local onde na terça (24) a PF prendeu o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Delcídio do Amaral foi citado na delação do lobista Fernando Baiano, apontado pela Lava Jato como operador de propinas no esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014. Fernando Baiano disse que Delcídio do Amaral teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
O advogado Mauricio Silva Leite, que defende o senador petista, disse que vai primeiro tomar ciência dos motivos da prisão de Delcídio, para depois se manifestar.
“O BTG Pactual esclarece que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as investigações.”, disse a nota do banco divulgada ontem. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo).
Delcídio tinha plano para barrar
Operação Lava Jato

O banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, também foi grampeado  Foto: André Dusek/Estadão
O banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, também foi grampeado
Foto: André Dusek/Estadão

Numa conversa de 1h35 minutos, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), revela seu plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País. Em troca, Cerveró não faria acordo de delação premiada em que citaria o senador.
A conversa foi gravada pelo filho de Cerveró, Bernardo, que participou de uma reunião com Delcídio e o advogado da família, Edson Ribeiro.
No último dia 18 de novembro, após intensas negociações, Cerveró fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Era esse o temor de Delcídio. O líder do governo tinha receio de que Cerveró o envolvesse no esquema de propinas na Petrobrás, estatal onde o petista trabalhou no setor de Óleo e Gás, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Preso desde janeiro deste ano, Cerveró já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
>> Nota oficial da defesa de Delcídio – A defesa do Senador Delcídio do Amaral (PT-MS) manifesta inconformismo em relação à decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal e a convicção de que o entendimento inicial será revisto. Questiona-se o fato de que as imputações tenham partido de um delator já condenado, que há muito tempo vem tentando obter favores legais com o oferecimento de informações. Questiona-se também a imposição de prisão a um Senador da República que sequer possui acusação formal contra si. A Constituição Federal não autoriza prisão processual de detentor de mandato parlamentar e há de ser respeitada como esteio do Estado Democrático de Direito. Assinado: Maurício Silva Leite, advogado do Senador Delcídio do Amaral.

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