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No Rio de Janeiro, a Polícia Federal prendeu na manhã de ontem, Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão e Flávio Godinho, vice-presidente de futebol do Flamengo. Os quatro faziam parte da organização criminosa liderada pelo ex-governador do estado, Sérgio Cabral, que já está preso, conforme a Operação Eficiência, feita pela força-tarefa da Operação Lava Jato. A operação apura um esquema usado para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao exterior.
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) pediram à Justiça a prisão de dez pessoas, tendo sido nove autorizadas, incluindo o ex-assessor e o operador de Cabral no esquema Francisco Assis Neto e do empresário Eike Batista, ambos fora do país até a tarde de ontem. Os demais pedidos de prisão foram contra o próprio governador e outro ex-assessor Carlos Miranda, além do ex-secretário estadual de Governo Wilson Carlos, que também já estão na cadeia.
A Polícia Federal tentou confirmar o embarque de Eike para Nova Iorque, na última terça-feira (24), com um passaporte alemão, quando a Justiça já tinha emitido o mandado de prisão. A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) foi acionada ontem para ajudar nas buscas.
De acordo com o delegado Tacio Muzzi, um dos coordenadores da Operação Eficiência, até o início da noite de ontem, não se poderia dizer se houve a intenção de fuga de Batista. “Estamos tendo cuidado para ver se há espontaneidade dele se apresentar à Justiça ou não”, disse, sugerindo que o prazo era até o final do dia.
O advogado do empresário, Fernando Martins, afirmou que seu cliente participava de reuniões de negócios e que a intenção dele era cooperar.
Eike Batista e o executivo Flávio Godinho, do grupo EBX, são acusados de pagar de US$ 16,5 milhões ao ex-governador, em troca de benefícios em obras, usando uma conta fora do país. Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem obstruído investigações.
A operação da PF foi feita com base em depoimentos dos delatores Renato Hasson Chebar, e seu irmão Marcelo Hasson Chebar, em troca de benefícios penais. Eles estão envolvidos na remessa de US$ 100 milhões do ex-governador para fora do país. Há suspeita que eles tenham utilizado mais de cinco contas para dividir o dinheiro.
Eike Batista inserido na lista
de foragidos da Interpol

A Polícia Federal pediu ao juiz Marcelo Bretas e o nome do empresário Eike Batista foi incluído na lista de “difusão vermelha da Interpol”, respeitando o tratado de extradição entre Brasil e Estados Unidos. Bretas é juiz da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro e responsável Operação Eficiência, deflagrada ontem.
O magistrado concordou com a solicitação da Polícia Federal. A partir de então, Eike Batista, que teve a prisão preventiva decretada, foi inserido na lista de foragidos internacionais da Interpol.
Eike Batista foi procurado em sua casa, no Jardim Botânico, no Rio, na manhã de ontem, quando foi deflagrada a Operação Eficiência, mas não foi encontrado pelos agentes.
Ex-bilionário ficará preso
em cela comum de presídio
O empresário Eike Batista deverá aguardar julgamento em uma cela comum de um dos presídios do Rio de Janeiro. Caso o ex-ricaço se entregue à polícia, ele terá de comprovar sua escolaridade. Em livro publicado em 2011, Eike diz que interrompeu a faculdade de Engenharia na Alemanha “ainda na metade” do curso. Já o prospecto da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da petroleira que fundou, a OGX, traz a informação que ele era “bacharel em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de Aachen, Alemanha”. Detentos com diploma são encaminhados para unidades restritas aos que têm ensino superior.