Prefeito diz que Mariana “fecha as portas” sem mineração

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O antes e o depois do rompimento da barragem em Mariana, que deixou mais de 600 desabrigados Foto: Moacyr Lopes Junior /Folhapress
O antes e o depois do rompimento da barragem em Mariana, que deixou mais de 600 desabrigados
Foto: Moacyr Lopes Junior /Folhapress

A lama que atingiu seis distritos de Mariana, na região central de Minas e deixou 11 mortos, 15 desaparecidos e mais de 600 desabrigados, no dia 5 de novembro, provém de duas barragens da mineradora Samarco, a Fundão e Santarém. As informações foram confirmadas ontem (16), pelo prefeito de Mariana, Duarte Júnior, que disse que defender o fim da mineração no município é “fechar as portas” da cidade.

“A mineração representa 80% da nossa arrecadação. A gente tem a preocupação, para não haver um colapso total da cidade. Tenho que ser realista e dizer que a nossa cidade não trabalhou na diversificação econômica”, acrescentou.
No último dia 5, duas barragens da mineradora Samarco – empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton – se romperam, formando uma onda de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e chegou a outras regiões de Minas Gerais e do Espírito Santo. A lama foi parar no Rio Doce, impedindo a captação de água e prejudicando o ecossistema da região.
Para o prefeito de Mariana, a responsabilidade pela tragédia é da Samarco, mas é inviável dizer que não pode mais haver mineração na cidade. “Nós somos dependentes da mineração. Defender o fim da mineração é defender o fechamento da prefeitura. Isso me preocupa muito porque a cidade precisa continuar a seguir seu rumo. Querendo ou não, a vida vai seguir”.
Segundo Duarte Júnior, a multa aplicada pelo governo federal à Samarco, de pelo menos R$ 250 milhões, não vai ajudar as famílias atingidas e nem a reconstrução das áreas destruídas. “É preciso que se crie um fundo, de R$ 500 milhões, R$ 1 bilhão, para reconstruir o que foi perdido, reconstruir a vida das pessoas”, defendeu. O prejuízo material, até agora calculado pela prefeitura de Mariana, é R$ 100 milhões.
Deputados acompanham desastre ambiental em Mariana

A comissão formada por 17 deputados federais para acompanhar as consequências do desastre ambiental em Mariana chegou ontem a Belo Horizonte e se reuniu primeiro com a comissão de deputados estaduais que tem o mesmo objetivo e depois com o governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
O governador disse às comissões e à TV e à Rádio Câmara que não só é preciso cobrar multas das empresas responsáveis pelas barragens, mas também cobrar delas um plano de recuperação para os próximos cinco ou dez anos de todo o ecossistema destruído pela lama e pelos rejeitos químicos provenientes do rompimento das barragens. “Esse foi um desastre de proporções mundiais”, enfatizou. Fernando Pimentel também informou que o Rio Doce e seus afluentes estão altamente comprometidos.
O presidente da comissão externa, deputado Sarney Filho (PV-MA), disse ao governador e aos demais deputados que a multa estabelecida até agora de R$ 250 milhões para as empresas precisa ser muito maior. Segundo Sarney Filho, a empresa British Petroleum pagou U$ 20,7 bilhões pelo vazamento de óleo no Golfo do México em 2010.
O deputado Mário Heringer (PDT-MG) defendeu que se criminalize os auditores que, segundo Pimentel, fazem vistorias todos os anos nas mais de 40 barragens mineiras e as entregam ao governo do estado. A comissão externa da Câmara estuda fazer mudanças no Marco Regulatório da Mineração, que está sendo analisado na Casa, e na Lei de Segurança de Barragens.
Fonte – Agência Câmara Notícia

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